quarta-feira, 30 de julho de 2008

E o céu era azul.... agora é cinza



A foto acima dá uma idéia do que está entrando em nossos pulmões diariamente nesses dias secos e sujos. E ainda tem a notícia veiculada pela Folha Online hoje de que o mês de julho deve ser o mais seco da história de São Paulo (segue o link abaixo)




Quem precisa de Pequim em uma hora dessas?


Tão nebuloso quanto esse horizonte é o futuro do planeta em que vivemos. Céu cada vez menos azul, águas menos cristalinas e cada vez mais fétidas e turvas, paisagens cada vez mais áridas...


Exemplos como os de São Paulo e Pequim, além de uma penca de outros que pipocam pelo mundo - e que os poderosos parecem fazer questão de ignorar ou empurrar com a barriga - mostram que precisamos seriamente cuidar do local em que vivemos. Isto é, se ainda temos interesse em viver aqui...




segunda-feira, 28 de julho de 2008

Imagem do dia

Um amanhecer de encher os olhos na Ásia, retratado por astronautas em viagem à ISS (sigla em inglês para Estação Espacial Internacional). A imagem, na verdade, dispensa comentários.


domingo, 20 de julho de 2008

Advertência de um eleitor a um candidato

Uma matéria bem interessante na Folha Online de hoje, 20/07.

Ela relata que o comerciante Guilherme Ghandur, 31, cobrou neste domingo do candidato tucano Geraldo Alckmin a permanência no cargo, se eleito. Ele disse ao eleitor que ficaria os quatro anos na prefeitura, 'sem dúvida'.

A matéria pode ser lida acessando o link abaixo:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u424281.shtml

Duas coisas: a atitude de Serra (mesmo tendo sido eleito com grande margem de votos) deixou eleitores escaldados. É muito boa a atitude do comerciante, outros deveriam fazer o mesmo com seus candidatos.

Outro ponto é se Alckmin vai realmente cumprir sua promessa, o que já é uma outra história. A tentação pelo poder é grande, e o tucano não dá mostras de que deseja dessitir do sonho de ser presidente. Certeza mesmo disso, só haverá em 2010. Veremos.

Não apenas ver, mas ouvir, sentir...

Um assunto mais leve, para descontrair.

A foto abaixo é de Lisboa, Portugal. Pessoas caminham com os olhos vendados por ruas estreitas da capital portuguesa.



A brincadeira é parte de um projeto, batizado de 'Lisboa Sensorial'. Nele, um grupo de jovens artistas recebe voluntários com o objetivo de alertá-los para a importância de outros sentidos como a audição, olfato ou toque.

Aposto um doce que essa iniciativa foi inspirada no livro 'Ensaio sobre a Cegueira', do José Saramago. Independente disso, a brincadeira parece ser ótima. E sua finalidade, melhor ainda.






sábado, 19 de julho de 2008

O bom senso é o que vale

Um novo – e promissor – filão de mercado se apresenta com força nos últimos anos, a produção de conteúdo para telefone celular. E nos últimos meses ganhou ainda mais força com a chegada da tecnologia 3G, que possibilita aos aparelhos terem conexão de intenet em alta velocidade e potencializa outras funções já existentes nos celulares, como o bluetooth - transferência sem fio de arquivos de um celular para outro .

Grandes portais como UOL, IG, Terra e G1 já desenvolveram versões WAP (diferente da WEB) de seus sites para atender a crescente demanda, seja do ponto de vista jornalístico, econômico ou publicitário. O BOL deve estrear o seu portal WAP em breve.

As empresas de telefonia celular também entram na disputa para ver quem vai conseguir oferecer mais – e melhor – os serviços que o 3G possibilita. No meio de tudo isso, mais uma passo na tão falada convergência digital, onde áudio, vídeo e texto pode ser acessados de um único aparelho – que vai se tornando cada vez menor. Há até quem diga que os celulares do futuro serão invisíveis, utilizando-se da nanotecnologia, que mesmo engatinhando já impressiona pelos resultados que obteve.

Enquanto isso, a febre do momento (prevista para chegar ao Brasil perto do Natal) é o iPhone 3G, que procura reunir, em um único aparelho o melhor do 3G com os iPhones já existentes.

Os avanços chegam com tamanha velocidade que parece impossível avaliar, com precisão matemática, o que é mito e o que é real quando se fala em celular, o que atordoa pesquisadores de diversas áreas da ciência e da comunicação em seus estudos sobre o impacto dessas tecnologias nas pessoas.

As críticas variam, apontando desde a dependência que o uso do aparelho provocaria (o celular como parte integrante e inseparável de seu ser, tamanho é o apego de certos usuários em relação ao aparelho) até os diversos estudos feitos sobre a radiação que o telefone celular emite, algumas delas consideradas cancerígenas. Outras, no que dizem respeito à sociabilidade do indivíduo, são bem parecidas com os questionamentos feitos acerca de outro aparelho que se tornou essencial na vida contemporânea: o computador.

Mas, conservadores e entusiastas, devagar com seus andores. Da mesma forma que há um deslumbramento excessivo com o vasto horizonte que as novas tecnologias de comunicação oferecem (entre elas o 3G), as pesquisas científicas sobre malefícios do celular – seja em relação à saúde ou ao comportamento social do indivíduo – também se contradizem. Não dá para ignorar também que cada pessoa, independente das características que lhe são conferidas pela sociedade na qual ela se encontra, possui suas particularidades. Ou seja, não dá para dizer que todos os seres humanos se tornarão dependentes de seus telefones celulares, da mesma forma que já se proclamou que ocorreria com os computadores ou com a televisão - e que não aconteceu. Se por um lado há diversas pesquisas que apontam para um isolamento das pessoas por causa das novas tecnologias, também existem uma série de outras que indicam exatamente o oposto, que elas podem ajudar a aproximar pessoas - e, o mais importante, de que elas não são capazes de substituir o convívio social.

Para tudo isso, na dúvida, há um conselho que vale para todos os questionamentos acima, que permite equilibrar esses dois pesos que conservadores e entusiastas extremistas insistem em desequilibrar, e que não depende de tecnologia nenhuma: o bom senso. Afinal, tudo em excesso - até mesmo a água e o oxigênio - faz mal.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Tragédia em Congonhas completa um ano

Há um ano, acontecia no aeroporto de Congonhas a maior tragédia da história da aviação brasileira. O Air Bus da TAM se acidentou ao aterrisar e bateu no prédio da própria companhia aérea, matando 199 pessoas. Mas o balanço não é dos melhores.


As indenizações seguem em ritmo de conta-gotas, com apenas 79 acordos feitos - menos da metade do número de vítimas da tragédia. O inquérito segue sem conclusão, assim como também não há definição sobre os culpados pelo acidente. A TAM parece também ignorar as diversas pontas que ainda restam do caso, considerando o caso uma página virada em sua história. Enquanto isso, a dor das famílias que perderam pais, filhos, entre outros entes queridos no fatídico 17 de julho de 2007 continua, agravada pela sensação de indiferença que exala da tragédia .


Há quem considere que houve avanços no setor desde a tragédia. O raciocínio leva em conta a situação de caos pela qual passavam os aeroportos brasileiros, com constantes atrasos nos vôos, filas gigantescas no check-in. Hoje a situação, olhando por esse lado, melhorou sim, mas o chamado apãgão aéreo não está de todo afastado, tampouco as melhoras foram sentidas imediatamente após o acidente. A crise foi controlada, mas está longe do fim.


Para os que sobreviveram, ficaram as histórias de como escaparam de engrossar o já alto número de vítimas da tragédia do vôo 3054.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Sobre a cobertura da imprensa - Operação Satiagraha

As notícias a respeito da operação Satiagraha fizeram um ótimo serviço se a intenção era desinformar. As notícias não vão a fundo. Quando muito, certas matérias e artigos de colunistas dão algumas arranhadas na superfície.

Mas seja por falta de incentivo, falta de vontade, espetacularização, etc, a cobertura sobre a Operação Satiagraha está caindo em descrédito. A prisão de Dantas ficou em segundo plano. Já as de Pitta e Naji Nahas nem são mais lembradas. O que é pisado e repisado à exaustão é a polêmica criada pelos desmandos do presidente do STF, Gilmar Mendes, em relação ao juiz federal Fausto De Sanctis é retratada como um Fla-Flu ou Atle-tiba ou um Gre-nal. Fala-se sobre o uso das algemas, sobre quem do PT poderia ser fritado em mais esse escândalo, entre outros perfumarias sem real importância. Se Dantas é considerado expert em "participar de tudo e de nada ao mesmo tempo", a mídia vai se especializando em fazer muita fumaça onde não há fogo algum e ignorando os verdadeiros focos de incêndio.

Enquanto isso, o braço direito de Dantas se entrega e recebe destaque mínimo nos jornais. Ninguém faz o exercício de fazer uma pequena busca na memória e nos jornais e voltar a episódios-chave para entender toda essa tramóia que veio à tona. Não se fala epoca da privatização das teles em 1998 na qual o Dantas tá envolvido até o pescoço, bem como o escândalo empresarial pelo controle da Brasil Telecom mais recentemente, fora as outras operações escusas do banqueiro.

Sobre o Nahas, silenciam a respeito da quebra dos bancos Marka e Fonte Sindan e de quando ele e sua especulação quebraram a Bolsa de Valores do Rio. Sobre o Pitta (que já desfruta de um certo ostracismo em relação a cargos públicos graças às suas estripulias à frente da Prefeitura de São Paulo), não se dão ao trabalho de voltar a meados dos anos 1990 e ao escândalo dos precatórios. Ignoram também a questão dos fundos de pensão. Mas isso também no escândalo do Mensalão foi falado, falado e nada foi feito ou mexido. E esse assunto é nitroglicerina pura.

Quem se beneficia com essa desinformação conduzida pela má vontade em se apurar os fatos? Mais uma vez, Daniel Dantas, que só vai esperar a poeira baixar para voltar a agir na obscuridão dos bastidores do poder, da mídia e do Judiciário. Mais uma vez, Nahas e Pitta, um para continuar especulando e dando 'consultorias', o outro para continuar tentando voltar à vida política (dessa pelo menos, ao que parece, ele já foi condenado ao ostracismo).

Quem perde?

Toda a população, por ter mais uma mostra de impunidade. A Justiça, que sai emporcalhada e com imagem de avalista dessa impunidade. Perde-se também uma rara chance de revelar ao público esses intestinos os do Brasil. A imprensa, que joga sua credibilidade na lama e faz um desserviço a seu leitor, telespectador, ouvinte, etc. Enfim, o país perde uma boa chance de acertar as contas consigo próprio. No mais, continua mais do mesmo. E assim: sorria, Daniel Dantas!



sábado, 12 de julho de 2008

Rir para não chorar

Volta e meia o jornalismo presenteia seus leitores com verdadeiros micos que são realmente motivo de "rir para não chorar".

Nesta semana foi a vez de um jornal de Itabuna (BA), Diário do Sul da Bahia dar sua contribuição, juntando-se a outros exemplos célebres como o da gangue de traficantes publicada nbao passado pelo JB - mas que na verdade eram atores participando de uma filmagem em um morro do Rio de Janeiro.

Em sua edição de 9 de julho, o Diário publicou por engano a foto do ator global Daniel Dantas no lugar da imagem do banqueiro Daniel Dantas, preso durante a Operação Satiagraha da Polícia Federal. Nas edições seguintes, o jornal se desculpou com o xará global do banqueiro e publicou um editorial sobre a repercussão do erro na imprensa.

“Os 15 minutos de fama não foram fruto de um furo jornalístico, daqueles com que toda a imprensa nanica sonha para, ainda que momentaneamente, romper a intransponível barreira que a separa da grande mídia. (...) Ô glória inglória!”, diz o editorial.

Sem dúvida, rir para não chorar. Abaixo segue a prova da 'barriga':









quarta-feira, 9 de julho de 2008

Uma caixa de pandora que se abre

Ontem o assunto do dia foi a ação da PF que prendeu, entre outros, o banqueiro Daniel Dantas, o megainvestidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta.

É uma verdadeira caixa de pandora que se abre com isso tudo. Claro, tem uma certa pirotecnia da PF e tal, mas é importante acompanharmos com atenção os desdobramentos desse caso - que pelo jeito promete.

Esses três tem um passado que condena - e muito. Juntando tudo, tem corrupção, desvio de verbas públicas, lavagem de dinheiro, controle da mídia... Enfim, dá para ficar o dia inteiro só elencando irregularidades cometidas pelos três porquinhos aí, desde o fim dos anos 80.

Em 1989, o Nahas e suas especulações, quebraram a bolsa de valores do Rio (que posteriormente fundiu-se com a de São Paulo). O Dantas, volta e meia, vira e mexe aparece em alguma relação obscura nos bastidores do poder e da mídia. O Pitta, apadrinhado pelo Maluf, chegou à prefeitura de São Paulo e no seu governo estourou o escândalo da máfia da propina que ia para vereadores - não sei até hoje por que esse cara não foi cassado, Mas pelo menos agora conhece o ostracismo da vida política aplicado pela sociedade. Só em uma história assim para ele aparecer. E não venham nenhum dos três pagar de santinho agora....

Agora trabalhando em um portal internet eu to sentindo a histeria existente quando um caso assim estoura. São notícias e pseudonotícias que pipocam até da pia do banheiro e que te deixam mas atordoado do que informado.

Portanto, é fundamental que todos que tenham vontade de ver um país mais justo e cada vez mais livre dessa corja de ladrões acompanhem com atenção esse caso e seus desdobramentos, sem se deixar levar pelas pistas falsas que serão plantadas pelo caminho por aqueles a quem não interessa que se vá a fundo nas investigações. Esses elementos aparecem tanto na política como no meio judiciário como tambem na mídia. Devemos ficar de olho e pressionar, agir para que seja feita a justiça e esse pais deixe de ser menos corrupto.

Não é todo dia que uma caixa de pandora como essa se abre. E enquanto ela não for esmiuçada, ela não deve ser fechada.

PS: só por curiosidade, o nome da opoeração da PF é Satiagraha (resistência pela verdade, em sânscrito). Era um termo usado pelo Mahatma Ghandi, que pregava a desobediência civil na luta pela independência da Índia frente ao império britânico.