sábado, 16 de janeiro de 2010

Do esquecimento a alvo da hipocrisia

O caos provocado pelo terremoto que atingiu o Haiti na terça-feira levou o pobre país caribenho às manchetes da mídia em todo o mundo. Estimativas apontam para no mínimo 50 mil mortos no desastre. Mas tamanha tragédia parece não comover a mídia e os grandes líderes internacionais, que tentam ganhar poder, prestigio, respeito e audiência em cima da dor e do sofrimento dos haitianos.

A terra até então esquecida e ignorada pela comunidade internacional aparece na pauta do dia de reuniões entre governos e vira alvo de declarações públicas. Na teoria, é a boa vontade dos paises ricos em ajudar o Haiti a se reerguer da tragédia. Na prática, apenas uma série de bravatas hipócritas que tentam atrair os holofotes da mídia e encobrir as omissões para com o país caribenho. De que adiantam conferências para discutir a tragédia no Haiti, como propõe o presidente francês Nicolas Sarkozy? Logo a França, uma das responsáveis diretas pelo atraso do Haiti e que até então ignorava sua ex-colônia?

Já não bastasse toda a dor e a dimensão dessa tragédia, a mídia parece ainda não satisfeita. Corpos a céu aberto nas lentes de câmeras de TV e máquinas fotográficas; resgates dramáticos transmitidos em tempo real; a dor de milhares de pessoas que perderam tudo o que tinham transformadas em espetáculo e artifício para conseguir audiência. Imagens explícitas não são suficientes para traduzir tamanho sofrimento? Mídia e sociedade parecem ter perdido a sensibilidade sobre o mundo.

O que será do Haiti quando o assunto “esfriar”? Continuarão a mídia e a comunidade internacional interessados no que acontece nesse paupérrimo país do Caribe? Ou o Haiti voltará para o lugar que até agora ocupou, entregue à própria sorte? Apesar do pensamento positivo, a tendência é que o destino do Haiti caminhe para a segunda hipótese, até a próxima tragédia.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

"Quem guarda os portões"

Prender simplesmente basta para corrigir uma pessoa que cometeou um crime? Ou algo deve ser feito para mostrar a essa pessoa que há um outro caminho a seguir?

Para certos setores da sociedade, “bandido bom é bandido morto”. Ou apenas na cadeia. Mas as pessoas se esquecem de que a pena não é para toda a vida, por mais longa que seja. E esse indivíduo infrator vai voltar a essa mesma sociedade um dia, e pior do que quando chegou à cadeia. Ou seja, cria-se um círculo vicioso.

No entanto, há iniciativas e procedimentos – muitos deles até simples – que, se adotados, ajudam a dar uma outra perspectia da vida ao infrator. Ele errou, claro, e precisa pagar pelo que fez. Mas isso não quer dizer que ele não mereça um tratamento adequado dentro da prisão e, caso ele se proponha, dar a ele elementos com os quais ele possa dar início a uma nova vida após a pena.

Estes são alguns dos temas abordados na série de programas “Quem guarda os portões”, elaborado por Alexandre Saconi e Rodrigo Borges Delfim como trabalho da conclisão de curso (TCC) na faculdade de Jornalismo da PUC-SP, focado no sistema prisional feminino. Mas o raciocínio acima também vale para o sistema masculino.

Em breve, novos temas relacionados ao sistema prisional, segurança pública e Direitos Humanos serão tratados aqui neste epsaço. Por enquanto, quem se interessar em saber mais sobre a série de programas do TCC pode baixar os áudios nos links abaixo:

Parte 1 - O sistema prisional
http://www.4shared.com/file/177661833/516ea1dd/Parte_1_-_O_sistema_prisional.html

Parte 2 - As presas
http://www.4shared.com/file/177662283/adb8522e/Parte_2_-_As_presas.html

Parte 3 - Iniciativas
http://www.4shared.com/file/177662664/aa5642df/Parte_3_-_Iniciativas.html

Parte 4 - Perspectivas
http://www.4shared.com/file/177661421/af6108d4/Parte_4_-_Perspectivas.html