quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

"Deixe para o povo decidir"

“Fomos às urnas decidir sobre o porte de armas. Acredito que a maconha, está muito mais presente na vida dos cidadãos do que as armas. Por que não deixar a decisão nas mãos do povo?”

A frase, de Antonio Neves (Florianópolis-SC) foi eleita a carta da semana da revista Época, que na edição da semana passada trouxe um debate que há muito tempo já deveria ter sido abordado pela grande mídia, sobre a legalização da maconha.

A frase é, no mínimo, coerente, em um país onde reina a incoerência. E estou entre aqueles que acham que a maconha deve ser combatida da mesma forma que o cigarro, com campanhas de conscientização. E sem esse papo de dizer que o país não está maduro para tal debate.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Reflexões difusas de Carnaval

Ao mesmo tempo que os Carnavais de Rio e SP, embalados pelos desfiles das escolas de samba, ganham badalação e ficam cheios de celebridades instaladas em camarotes patrocinados por marcas de cerveja, outros tantos pelo Brasil vão na direção contrária. Tais locais buscam algo mais simples, próximo das antigas festas de Carnaval, com marchinhas e tudo. E seu público é dos mais fiéis.

Exemplos desse Carnaval “de raiz” podem ser encontrados nas cidades históricas de Minas Gerais, nos blocos de rua que lotam o centro do Rio e em cidades do interior de São Paulo como São Luiz do Paraitinga e Caconde (onde? Isso mesmo, Caconde). Que frequenta tais cidades no Carnaval, jura que a festa é muito melhor do que as que passam na TV. Não duvido nem um pouco, ainda mais porque os desfiles das escolas (enredos, alegorias, e especialmente os comentários feitos pelos que acompanham a festa) não são lá muito originais há um bom tempo...

Mas ainda há aqueles que não querem saber de Carnaval de jeito nenhum, que não suportam ouvir por horas o mesmo ziriguidum das baterias das escolas de samba ou até mesmo as velhas marchinhas. Para estes, Carnaval serve apenas como um feriado – dos grandes – que cai como uma luva para recarregar as energias para o novo ano que se segue. Claro, isso se levarmos em consideração aquela velha mázima de que “o ano só começa no Brasil depois do Carnaval”.

Para alguns azarados, Carnaval é época de trabalho. Muito trabalho. Mas sem eles, seria impossível trazer as informações – mesmo que repetitivas – das festas pelo Brasil para aqueles outros azarados que não puderam, ou não quiseram, aproveitar o feriado para viajar ou pular Carnaval em sua cidade. Afinal, a crise econômica não é apenas uma “marolinha” como disse Lula. Mas ela também não pode ser a culpada por todos os problemas políticos, econômicos e sociais do Brasil, muito mais antigos do que a famigerada crise mundial.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

O óbvio, nada mais que o óbvio

Em entrevista à revista “Veja”, o senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) disse que "boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção". Ele também diz que seu partido não tem "bandeiras, propostas nem norte". O partido cogita punir o senador. O link para a notícia segue abaixo:

http://veja.abril.uol.com.br/noticia/brasil/pmdb-discutira-punicoes-vasconcelos-421725.shtml


A declaração, apesar de polêmica, é óbvia. Acaba sendo válida porque parte de um quadro importante do partido. Mas não é segredo pra ninguém que o PMDB é tudo, menos um partido de fato. Está a anos-luz do papel que teve como aglutinador da oposição nos anos do regime militar. Hoje, em verdade, é uma federação de pequenos partidos locais que não se entendem, onde sobram caciques e escândalos de corrupção. Um partido que ocnsegue ser governo e oposição ao mesmo tempo pode ter uma série de coisas, mas falta a ele o que realmente importa a um partido de verdade (artigo raríssimo no país), uma diretriz própria.

Mas as críticas de Vasconcellos não irão longe. Ele mesmo, na mesma entrevista, diz que não dexará a legenda. “"Se sair daqui irei para onde? É melhor ficar como dissidente, lutando por uma reforma política para fazer um partido novo.".

Muito papo, pouca ação. E o PMDB seguirá o caminho que tem trilhado nos últimos anos.