terça-feira, 28 de julho de 2009

“1.130 dias esperando justiça”

Você já ouviu falar da Chacina do Morro do Estado, no Rio? Provavelmente não.

Esse é o nome pelo qual é conhecido o crime ocorrido em 2005 em Niterói (RJ).
Os jovens Wellington Santiago de Oliveira (11), Luciano Rocha Tavares (12), Edimilson dos Santos Conceição (15), José Maicom dos Santos Fragoso (16) e Wedsom da Conceição (24) foram mortos no dia três de dezembro de 2005 foram mortos por policiais, que ainda tentaram alterar a cena do crime. Os quatro agentes acusados alegam que prestaram socorro aos rapazes.

Um dos jovens tinha uma marca de tiro na mão esquerda, indicando que o garoto provavelmente encobriu o rosto numa atitude espontânea de proteção. O laudo também confirmou que os disparos foram feitos a curta distância, o que representa forte indício de execução.

O caso, pouco divulgado pela mídia, a exemplo de tantos outros da mesma natureza, é abordado por matéria do Núcleo Piratininga de Comunicação, que pode ser acessada no link abaixo

http://www.piratininga.org.br/novapagina/leitura.asp?id_noticia=4857&topico=Direitos%20Humanos

Nesta terça-feira (28/07) começa o julgamento dos policiais. As famílias clamam pela punição dos acusados da chacina, e sintetizam seus sentimentos nos dizeres de uma faixa: “1.130 dias esperando justiça”.

Que ao final essa espera tenha realmente valido a pena.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Triste fim do jovem brasileiro

De cada 500 jovens que vivem no Brasil, um vai morrer antes dos dezenove anos de idade. É o que conclui um estudo sobre violência elaborado pela Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) em parceria com a Unesco e o Observatório de Favelas.

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/07/21/ult5772u4698.jhtm

Nada de Rio ou SP. A cidade onde os jovens mais morrem por homicídios é Foz do Iguaçu (PR), com 9,7 mortes para cada 100 mil jovens. Dentre as capitais, Maceió e Recife estão entre as vinte cidades mais letais para os jovens no Brasil.

O estudo mostra que a violência está aumentando e migrando para cidades médias, como Foz do Iguaçu. Dentre as vinte cidades com mais mortes de jovens destacam-se (negativamente) localidades de Pernambuco e Espírito Santo, Estados com problemas gravíssimos de violência mas que pouco ou quase nunca aparecem nas páginas dos jornais pelo Brasil.

Abaixo, a lista das vinte cidades:

Foz do Iguaçu (PR) 9,7
Gov. Valadares (MG) 8,5
Cariacica (ES) 7,3
Olinda (PE) 6,5
Linhares (ES) 6,2
Serra (ES) 6,1
Duque de Caxias (RJ) 6,1
J. dos Guararapes (PE) 6,0
Maceió (AL) 6,0
Recife (PE) 6,0
Itaboraí (RJ) 6,0
Vila Velha (ES) 5,6
Contagem (MG) 5,5
Pinhais (PR) 5,5
Luziânia (GO) 5,4
Cabo Frio (RJ) 5,4
Ibirité (MG) 5,2
Marabá (PA) 5,2
Betim (MG) 5,0
Ribeirão das Neves (MG) 5,0

Por trás dessas cidades, dá para notar algumas características que podem ajudar a entender o porquê delas aparecerem nesse ranking. Foz, por exemplo, tem uma dinâmica complicada pela sua localização (tríplice fronteira, com Paraguai e Argentina) e forte atuação de quadrilhas de contrabando e tráfico de drogas. Nas cidades do ES (Cariacica, Linhares, Serra e Vila Velha)

Estudos como o relaizado pela Uerj mostram que a questão da violência é um problema de segurança nacional da mais absoluta importância, e deve ser combatido com a seriedade, comprometimento e planejamento que o tema pede.

Caso contrário, os números acima vão apenas piorar - e se espalhar ainda mais pelo país.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Sinal (desolador) dos tempos

Há vinte anos (1989), o Brasil vivia sua primeira eleição direta para presidente em 29 anos. Com 21 candidatos, o pleito refletia sobretudo o descontetamento com o então presidente José sarney e a expectativa de que o próximo, escolhido pelo povo, marcasse uma nova página na história do Brasil.

Os finalistas naquele ano: Fernando Collor de Mello, que se dizia “caçador de marajás”, e Luiz Inácio Lula da Silva, adorado pelo povão e intelectuais de esquerda, temido pela classe média conservadora.

Collor foi vencedor graças a golpes baixos seus e da Rede Globo contra o sindicalista apelidado de “sapo barbudo”. O povo pensava que Collor era a mudança, mas não demorou a perceber a ilusão. Collor sai de cena em 1992.

Em 2002, em uma nova esperança de mudança, Lula é enfim reeleito. Não tem mais a aparência do sapo barbudo, está mais light em suas posições políticas, mas sua história de vida seria o suficiente para vencer o pouco carismático José Serra.

Os anos passam, o governo Lula acumula escândalos (mensalão como o maior deles), e o presidente diz não saber de nada. Antigos inimigos políticos se tornam aliados incondicionais, tudo pela manutenção de ambos no poder.

E eis que, vinte anos depois, Lula e Collor, antes adnversários, agora são aliados. E o ex-presidente ainda recebeu eleogios do mesmo Lula que foi passado para trás em 1989.
Pragmatismo demais ou pouca vergonha na cara mesmo, jogando no lixo a própria trajetória política e social da qual Lula tanto se orgulha? Fico com esta última hipótese.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Quem se lembrou??

O 7 de julho de 2009 ficou marcado pela despedida ao astro da música pop, Michael Jackson.

Mas poucos se lembraram de outra grande comoção, provocada por uma grande tragédia, ocorrida no mesmo 7 de julho, mas de 2005: os atentados no metrô de Londres (Inglaterra).


A competição foi desigual. O mundo praticamente parou para ver a homenagem feita ao músico em Los Angeles. Nem mesmo as agências de notícias enviavam a seus clientes outro tipo de notícia que não fosse relacionada a Michael Jackson.

Nada de desmerecer o momento, marcante e de comoção global, assim como são as tragédias causadas por ataques terroristas, como os de Londres. Mas não dá para deixar de lado tudo mais o que acontece no mundo por causa de um único assunto, não importa qual seja. E pelo menos laguma coisa deveria ter saído de mais consistência na mídia sobre os três anos dos ataques de Londres.

Para finalizar, uma perguntinha: como seria o funeral de Jackson se ele ocorresse em um 11 de setembro???