domingo, 13 de setembro de 2009

Caos na terra e no céu

A região da rua Funchal, na zona oeste de São Paulo, tem mais helipontos do que pontos de ônibus. Esse trecho de comércio e escritórios, localizado na Vila Olímpia, reúne 25 helipontos (em azul, no alto dos prédios) e 24 paradas de transporte coletivo.

O helicóptero é um meio de transporte restrito apenas ao mais endinheirados da sociedade brasileira. Mesmo assim, matéria de hoje da Folha de S. Paulo mostra o impulso que esse transporte para poucos ganhou nessa região da capital paulista – e suas consequências.


O tema é, a princípio, exótico. Mas na verdade traz um ponto interessante para discussão. Mostra como o eixo financeiro da cidade vai se deslocando da Paulista pra região da Vila Olimpia/Berrini, onde agora estão a maioria das grandes companhias e seus executivos. E de como essa facilidade nos transportes aéreos não se aplica no asfalto.

Ano passado eu li uma matéria na revista piaui sobre helicópteros, que trata desde esse caráter aparentemente supérfulo do uso cada vez maior dos helicópteros em São Paulo, mas também de como o caos do trânsito e a violência (assaltos em semáforos, por exemplo) levam certos caras que tem grana pra gastar, a fazerem essa opção de comprar um helicóptero, ou alugar um.

E outro ponto interessante, que a própria matéria já traz: a porcaria que é o transporte coletivo nessa região. Linhas de ônibus são escassas e ainda fazem o favor de tirar os fretados que atendiam a região. Pior para os assalariados que têm de se virar como podem para chegar ao trabalho

Em resumo, tal constatação é mais uma mostra da contradição e dos contrastes que fazem São Paulo ser o que é. O céu e o inferno ao mesmo tempo. Depende apenas do grau da pirâmide social onde ele se encontra: quanto mais alto, mais perto do paraíso, dos céus; quanto mais baixo, mais perto do inferno do cotidiano.

Se bem que, tal situação consegue criar um fato bizarro, constatado pela matéria da piauí: até mesmo os céus da capital paulista já sofrem com congestionamentos.


sábado, 12 de setembro de 2009

O 11 de Setembro que poucos falam

Definitivamente a data 11 de setembro não é das mais felizes da história, pelo menos nos últimos anos. O atentado contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York (EUA), marcou a data a ferro e fogo, e de forma negativa. Mas 11 de setembro também é a data para um importante - e triste acontecimento da história latino-americana.

Nesta data, mais precisamente em 1973, era deposto o governo de Salavador Allende no Chile. Primeiro presidente declardamente marxista eleito na América Latina, ganhou em 1970 por pequena margem de votos em um pleito onde as forças de direita, apoiadas pela CIA e transnacionais tentaram a todos custo impedir que Allende chegasse ao poder.

Uma vez no governo, Allende trabalhou pela implantação de "la via chilena del socialismo" - nacionalização de grandes empresas, sistemas de saúde e educação dirigidos pelo governo, redistribuição de terras, entre outras medidas. O governo de Richard Nixon nos EUA fometou ações no Chile, procurando desestabilzar o país política e economicamente.

O 11 de setembro de 1973 foi a data em que o comandante-em-chefe do Exército, general Augusto Pinochet, cercou o palácio presidencial de La Moneda, dando início ao golpe de Estado que seria coroado com uma das ditaduras mais cruéis da América Latina (que duraria até 1990), comandadas pelo general Pinochet, e um dos capítulos mais sombrios da história chilena.

Allende teria se suicidado, segundo os relatos oficiais. Mas há quem crê que o presidente legitimamente eleito do Chile tenha sido assassinado. Mas acusar os militares comandados por Pinochet de homicídio culposo não seria nada absurdo.

Cerca de 3 mil pessoas morreram durante a ditadura chilena, que se juntava às demais da região (Brasil, Argentina, Paraguai, etc.) na chamada Operação Condor. Até hoje seguem os acertos de contas da sociedade chilena com o governo Pinochet - processo muito mais adiantado do que os que envolvem a ditadura militar brasileira, que ainda engatinham em comparação com o que já foi feito pelos países vizinhos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Campanha da discórdia

Uma campanha publicitária educativa contra a Aids está dando o que falar em todo o mundo – especialmente na Alemanha.

A cena é mal iluminada e o telespectador não consegue distinguir o homem e a mulher que obviamente estão em atividade sexual. Finalmente, o rosto do homem entra em foco. Nada menos do que Adolf Hitler. E aparecem os dizeres: "A Aids é um genocida."

http://mais.uol.com.br/view/f4d5g8hwtbxo/hitler-e-saddam-hussein-protagonizam-campanha-contra-aids-04023766E0A12366?types=A&

Com o intuito de “chocar” e chamar atenção para a doença, a organização humanitária alemã "Regenbogen" (que significa Arco iris) promove campanha onde são usados genocidas famosos da história -incluindo Hitler, Josef Stalin e Saddam Hussein- para ressaltar questões em torno do vírus, também tida como um dos mais efcazes genocidas da história.

Lidar com a imagem de Hitler constitui um tabu, principalmente na Alemanha, que carrega desde o fim da Segunda guerra o peso histórico de ter sido o palco para o surgimento do nazismo e de pagar o preço por isso. Falta de informação sobre como prevenir a doença e, simplesmente, mau gosto, são algumas das obejões sobre o vídeo.

Entretanto, os produtores da campanha não compreendem por que tanta confusão. Eles veem o fato da campanha ter atraído tanta atenção e dos vídeos estarem sendo assistidos milhares de vezes no YouTube como sinal de que seu plano está funcionando.

Há uma máxima no meio publicitário que diz: “Não existe publicidade ruim”. Claro que tal afirmação é perfeitamente quiestionável, no mínimo. O vídeo, de fato é de mau gosto. Neste caso vale uma outra máxima, esta já mais abrangente, clara e sensata: “Fins não justificam os meios”.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Mundo relembra 2ª Guerra Mundial e tenta cicatrizar feridas

Líderes europeus se reuniram aos 4h45 da manhã na península Westerplatte, em Gdansk (Polônia), para marcar o exato momento em que o encouraçado alemão Schleswig-Holstein, no tiro de início da guerra, atingiu um pequeno posto militar polonês que abrigava arsenal da Marinha polonesa.

A cerimônia reuniu tanto representantes de países aliados no conflito como inimigos. A intenção era de sublinhar a necessidade de relembrar o mais sangrento conflito do século 20 para não repeti-lo no futuro.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, alertou sobre os perigos de se esquecer as lições da guerra. "Nos reunimos hoje aqui para lembrar quem começou a guerra, quem era o culpado, quem era o carrasco da guerra, e quem eram as vítimas dessa agressão", afirmou. “Sem essa memória --memória honesta sobre a verdade, sobre as fontes da Segunda Guerra -- a Polônia, a Europa e o mundo não estarão seguros.", completou o líder polonês.

Polêmicas históricas

A ocasião também serviu para que governantes procurassem resolver desavenças diplomáticas e mágoas históricas mútuas. É o caso de poloneses e russos. O premiê polonês e seu colega russo, Vladimir Putin, insistiram na importância de resolver os problemas que ainda existem na interpretação de sua história comum, para "caminhar juntos em direção à verdade" e estabelecer relações "baseadas no pragmatismo".

A Rússia e seus ex-aliados do Leste Europeu estão em atrito por causa do papel exercido em 1939 pelo então ditador soviético Josef Stalin, cujo acordo com a Alemanha nazista permitiu a invasão da Polônia e o início da guerra. Enquanto os russos se orgulham profundamente da sua vitória sobre as forças de Adolf Hitler em 1945, os poloneses, bálticos e outros dizem que Stálin também foi diretamente responsável pelo início da guerra, ao dividir a Polônia com Hitler e anexar os países bálticos.

Mesmo assim, o premiê russo disse que o pacto de não-agressão entre Hitler e Stalin, em 1939, não é o único responsável por a Alemanha ter invadido a Polônia. Ele voltou a criticar os pactos de não-agressão firmados por diversos países com a Alemanha nazista, entre 1934 e 1939, e pediu que sejam condenados de forma clara.

Alemanha se desculpa

A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que seu país causou “sofrimento interminável” no mundo ao começar a Segunda Guerra Mundial.

Ao mesmo tempo, Merkel também recordou o papel dos alemães que foram expulsos da Europa Central e Oriental na construção da República Federal Alemã (RFA, Alemanha Ocidental) do pós-guerra. "Também queremos recordá-los", disse.

Os horrores cometidos pelos nazistas ofuscaram durante muito tempo o sofrimento da população alemã ao fim da guerra.