Definitivamente a data 11 de setembro não é das mais felizes da história, pelo menos nos últimos anos. O atentado contra as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York (EUA), marcou a data a ferro e fogo, e de forma negativa. Mas 11 de setembro também é a data para um importante - e triste acontecimento da história latino-americana.
Nesta data, mais precisamente em 1973, era deposto o governo de Salavador Allende no Chile. Primeiro presidente declardamente marxista eleito na América Latina, ganhou em 1970 por pequena margem de votos em um pleito onde as forças de direita, apoiadas pela CIA e transnacionais tentaram a todos custo impedir que Allende chegasse ao poder.
Uma vez no governo, Allende trabalhou pela implantação de "la via chilena del socialismo" - nacionalização de grandes empresas, sistemas de saúde e educação dirigidos pelo governo, redistribuição de terras, entre outras medidas. O governo de Richard Nixon nos EUA fometou ações no Chile, procurando desestabilzar o país política e economicamente.
O 11 de setembro de 1973 foi a data em que o comandante-em-chefe do Exército, general Augusto Pinochet, cercou o palácio presidencial de La Moneda, dando início ao golpe de Estado que seria coroado com uma das ditaduras mais cruéis da América Latina (que duraria até 1990), comandadas pelo general Pinochet, e um dos capítulos mais sombrios da história chilena.
Allende teria se suicidado, segundo os relatos oficiais. Mas há quem crê que o presidente legitimamente eleito do Chile tenha sido assassinado. Mas acusar os militares comandados por Pinochet de homicídio culposo não seria nada absurdo.
Cerca de 3 mil pessoas morreram durante a ditadura chilena, que se juntava às demais da região (Brasil, Argentina, Paraguai, etc.) na chamada Operação Condor. Até hoje seguem os acertos de contas da sociedade chilena com o governo Pinochet - processo muito mais adiantado do que os que envolvem a ditadura militar brasileira, que ainda engatinham em comparação com o que já foi feito pelos países vizinhos.
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