Chácara Flora, bairro de alto padrão da zona sul de São Paulo. Casas e condomínios suntuosos, muitos deles protegidos por altos muros, cercas eletrificadas, seguranças particulares ou tudo isso junto. Ruas arborizadas e calmas, apenas com o movimento de um ou outro pedestre, além de alguns carros.
A aparente calma e paz neste e em outros bairros e condomínios de alto padrão –
não apenas de São Paulo, mas também em outras cidades brasileiras – tem por trás um sentimento de medo, insegurança. Quem tem mais recursos, não hesita em gastar em busca de proteção.
Mas qual o real preço dessa proteção? Se pararmos para pensar bem, tais bairros e condomínios tornam-se verdadeiras prisões domiciliares e, seus moradores, pessoas encarceradas. Talvez um tipo de regime semiaberto, no qual trabalha-se fora de casa durante o dia e retornem à noite. Mas ao pensar bem, pode-se perceber no ar a sensação de estar em uma prisão, como bem mostra a música “A Minha Alma”, da banda carioca O Rappa: “As grades do condomínio são para trazer proteção. Mas também trazem a dúvida se é você que está nesta prisão”
Em matéria de violência e da tentativa de se prevenir dela, a regra que vale é a do “salve-se quem puder”. Mas cada vez mais a impressão é que pouco adianta fechar-se em condomínios e ilhas de excelência em segurança e qualidade de vida se a população, independente de onde vive, não se mobilizar em busca de uma melhor segurança pública, que se estenda a todos e não somente a alguns poucos [supostos] privilegiados.
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