quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Perguntas ainda sem resposta

Passada toda a euforia após a ocupação militar das comunidades da Vila Cruzeiro e do Alemão, no Rio de Janeiro, algumas questões permanecem em aberto. Abaixo, apenas duas delas:


- Onde estão os mortos? Até o momento, ainda não há lista oficial. No campo extraoficial, os números diferem, dependendo da fonte: 37 pessoas morreram durante as operações na Vila Cruzeiro e no Complexo do Alemão, segundo a PM; a Secretaria de Segurança identificou 18 vítimas, mas admite que o “número pode chegar a 40”; já o jornal “Folha de S.Paulo” contabiliza 51 mortos. Não se sabe como tais homicídios ocorreram, tampouco se os mortos eram bandidos ou inocentes. Pelo jeito, se juntarão aos mais de 8 mil homicídios sem solução no Estado, segundo o jornal “O Globo”;

- o governo do Rio até agora não divulgou, a exemplo dos mortos, uma lista completa dos detidos durante a ação militar – quantos estão na cadeia, quantos já foram liberados.

Há estas e outras perguntas sem resposta. E mais: quando e como elas serão respondidas. As autoridades não parecem lá muito empenhadas em dar satisfações sobre essas questões, aproveitando a ampla aprovação que as ações contra o tráfico receberam da sociedade carioca, na casa dos 88%.

Pelo jeito, tais respostas, a exemplo de outros casos – conhecidos ou não – devem vir à tona somente pelos meios alternativos. Por familiares de vítimas que, cansadas de aguardar pelo poder público ou já sabendo que pouco ou nada podem esperar dele, procuram as respostas por conta própria. E muitas vezes as encontram.

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