O abraço entre a russa Natalia Paderina (esq.) e a georgiana Nino Salukvadze (dir.) após ganharem a prata e o bronze, respctivamente, na prova de pistola de ar de 10 metros, são a perfeita antítese do que ocorre hoje nas relações entre seus países de origem. Rússia e Geórgia estão em uma guerra pelo controle da Ossétia do Sul, região separatista gerorgiana e que conta com o apoio russo.
O conflito já provocou, segundo dados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), 40 mil refugiados e deslocados internos na região. Estima-se que 2 mil pessoas já tenham morrido desde o início das escaramuças entre os dois países, em 8 de agosto. Enquanto isso ao contrário dos Jogos Olímpicos, o conflito Rússia x Geórgia produz imagens como esta na cidade de Gori, na Geórgia.
Quem dera o espírito olímpico também imperasse nas relações internacionais... Pelo contrário, a arrogância e a ânsia desmedida por poder conseguem por vezes interferir até mesmo nas Olimpíadas, ora utilizando-a como propaganda, ora aproveitando-se dela para atrocidades.
É difícil saber como estarão psicologicamente os atletas da Geórgia que representam o país em Pequim. Não vi ainda nenhuma matéria com esse enfoque, mas certamente a incerteza de encontrar seus parentes vivos ou suas casas ainda de pé após o término dos Jogos deve incomodar os competidores, tirar-lhes o sono inclusive. Para a atleta georgiana , a medalha de bronze em seu peito parece ser uma das poucas coisas certas nesse contexto onde o idioma corrente são o barulho das bombas e dos disparos de metraladoras e fuzis.
Seria bom que imagens como as de Natalia e Nino sensibilizassem governantes do mundo todo a pararem com os conflitos. Mas o dinheiro e o poder mostram o quanto conseguem falar cada vez mais alto.
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