OK, não estou dizendo que sejam mentiras as violações dos Direitos Humanos, a repressão à imprensa e à liberdade de expressão, a falta de democracia e o excesso de burocracia. Pelo contrário, isso existe e de forma bastante presente no cotidiano chinês. Mas a China em si é muito mais do que a arbitrariedade existente hoje em sua sociedade. Afinal, a historia desse país não começou com a chegada de Mao-Tsé Tung ao poder em 1949, mas muito antes disso, há cerca de 5 mil anos atrás.

Se por um lado pode parecer estranho na culinária chinesa haver cobras e escorpiões, por outro é um símbolo de resistência de um povo que, literalmente, aprendeu a se virar do jeito que dava em momentos de escassez de alimentos para viver. Nem que para isso fosse necessário degustar mesmo aquilo que rastejasse pela terra - não se esqueçam de que a população chinesa hoje é a maior do mundo, de 1,3 bilhão de habitantes.
Enumerando esses dados, percebe-se como a cobertura sobre a China por parte da mídia e precária e reducionista. Além de ficar somente batendo na tecla de seu gigantismo econômico, de seu poderio econômico-militar frente aos EUA que só falta colocar a China como a nova URSS de uma nova Guerra Fria, adota-se um ponto-de-vista estritamente ocidental, usando-o como parâmero para analisar uma sociedade e uma cultura que lhes são completamente diferentes.
Se a intenção é criticar o que a China é hoje - um país que silencia seus opositores até mesmo através da morte, não permite a livre expressão e ainda consegur sufocar a população (de Pequim, por exemplo) com uma poluição de fazer inveja aos ares paulistanos, por que não fazer isso partindo do que essa cultura produziu de melhor para o mundo? Em um momento em que as grandes cidades chinesas cada vez mais ficam parecidas com as dos EUA, certamente, a análise seria muito mais rica, e a crítica mais interessante e contundente. Afinal, o próprio país, com sua política repressora, passa por cima de princípios que a nortearam por dezenas de séculos. E não essa toada monótona e irritante quer se tornou a cobertura a respeito da China.
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