Um novo – e promissor – filão de mercado se apresenta com força nos últimos anos, a produção de conteúdo para telefone celular. E nos últimos meses ganhou ainda mais força com a chegada da tecnologia 3G, que possibilita aos aparelhos terem conexão de intenet em alta velocidade e potencializa outras funções já existentes nos celulares, como o bluetooth - transferência sem fio de arquivos de um celular para outro .
Grandes portais como UOL, IG, Terra e G1 já desenvolveram versões WAP (diferente da WEB) de seus sites para atender a crescente demanda, seja do ponto de vista jornalístico, econômico ou publicitário. O BOL deve estrear o seu portal WAP em breve.
As empresas de telefonia celular também entram na disputa para ver quem vai conseguir oferecer mais – e melhor – os serviços que o 3G possibilita. No meio de tudo isso, mais uma passo na tão falada convergência digital, onde áudio, vídeo e texto pode ser acessados de um único aparelho – que vai se tornando cada vez menor. Há até quem diga que os celulares do futuro serão invisíveis, utilizando-se da nanotecnologia, que mesmo engatinhando já impressiona pelos resultados que obteve.
Enquanto isso, a febre do momento (prevista para chegar ao Brasil perto do Natal) é o iPhone 3G, que procura reunir, em um único aparelho o melhor do 3G com os iPhones já existentes.
Os avanços chegam com tamanha velocidade que parece impossível avaliar, com precisão matemática, o que é mito e o que é real quando se fala em celular, o que atordoa pesquisadores de diversas áreas da ciência e da comunicação em seus estudos sobre o impacto dessas tecnologias nas pessoas.
As críticas variam, apontando desde a dependência que o uso do aparelho provocaria (o celular como parte integrante e inseparável de seu ser, tamanho é o apego de certos usuários em relação ao aparelho) até os diversos estudos feitos sobre a radiação que o telefone celular emite, algumas delas consideradas cancerígenas. Outras, no que dizem respeito à sociabilidade do indivíduo, são bem parecidas com os questionamentos feitos acerca de outro aparelho que se tornou essencial na vida contemporânea: o computador.
Mas, conservadores e entusiastas, devagar com seus andores. Da mesma forma que há um deslumbramento excessivo com o vasto horizonte que as novas tecnologias de comunicação oferecem (entre elas o 3G), as pesquisas científicas sobre malefícios do celular – seja em relação à saúde ou ao comportamento social do indivíduo – também se contradizem. Não dá para ignorar também que cada pessoa, independente das características que lhe são conferidas pela sociedade na qual ela se encontra, possui suas particularidades. Ou seja, não dá para dizer que todos os seres humanos se tornarão dependentes de seus telefones celulares, da mesma forma que já se proclamou que ocorreria com os computadores ou com a televisão - e que não aconteceu. Se por um lado há diversas pesquisas que apontam para um isolamento das pessoas por causa das novas tecnologias, também existem uma série de outras que indicam exatamente o oposto, que elas podem ajudar a aproximar pessoas - e, o mais importante, de que elas não são capazes de substituir o convívio social.
Para tudo isso, na dúvida, há um conselho que vale para todos os questionamentos acima, que permite equilibrar esses dois pesos que conservadores e entusiastas extremistas insistem em desequilibrar, e que não depende de tecnologia nenhuma: o bom senso. Afinal, tudo em excesso - até mesmo a água e o oxigênio - faz mal.