Uma matéria publicada hoje pelo UOL Notícias mostra bem a contradição social na qual vive o Complexo do Alemão, na zona norte do Rio. A região foi alçada às manchetes da imprensa brasileira em novembro de 2010 devido à ação coordenada da Polícia e do Exército para “retomar” a comunidade do poder dos narcotraficantes. Na época, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), chegou a dizer que “a próxima invasão no Alemão será de serviços públicos”.
Pois bem, passados quase três meses da operação policial-militar, a tal “invasão” ainda não chegou. A iluminação pública é precária em diversos pontos da favela; o esgoto corre a céu aberto por vielas e escadas; nas ruas, caçambas ficam lotadas de lixo.
A tal UPP prometida para a comunidade logo após o término da operação está prevista ainda para este ano. A instalação da unidade, segundo a Light declarou ao UOL, vai facilitar a “regularização dos clientes, a criação de novos endereços e a distribuição de contas de luz vão facilitar a reintegração dos moradores como cidadãos”.
É certo que a instalação de uma UPP pode ajudar a trazer um clima de maior segurança às comunidades (pelo menos em um primeiro momento). Mas colocá-las como condição para resolver um problema provocado – em sua maior parte, pelo menos – pela omissão histórica do Estado em relação às comunidades periféricas da cidade é absurdo.
Então cada uma das cerca de mil favelas do Rio precisará ter sua própria UPP para receber mais atenção? Até o momento, apenas 15 contam com a unidade.
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