quinta-feira, 7 de abril de 2011

Triste quinta-feira

O dia 7 de abril marcou a entrada do Brasil no grupo nada glorioso dos países a registrarem massacres em escolas.


Um homem abriu fogo contra estudantes da oitava série da escola municipal Tasso da Silveira, no Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. O atirador é um ex-aluno da escola, Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que teria se suicidado após levar um tiro na perna de um policial militar. Doze jovens entre 12 e 15 anos morreram pela ação de Wellington e outras 13 pessoas ficaram feridas.

Sobre Wellington apareceram inicialmente as mais diversas hipóteses, de vítima de bullying na infância a extremista islâmico. Nenhuma delas estava correta. Relatos de pessoas próximas indicaram que ele sempre teve um comportamento recluso, mas nada que levasse a crer a capacidade de promover semelhante massacre. A carta suicida que deixou (leia aqui na íntegra), bastante confusa e com citações a Deus e perdão, é forte indício de que o ato foi inteiramente premeditado. A estranha rotina que tinha – saía de casa e voltava todos os dias nos mesmos horários – e a habilidade em lidar com com as armas usadas no ataque, também. A casa de Wellington estava toda revirada, como se houvesse a intenção de destruir toda e qualquer pista. Seria mais um caso de uma mente psicótica? Até o momento, é a hipótese mais plausível.

Durante todo o dia, informações desencontradas, pânico, choro, indignação, perplexidade e revolta. Na internet, foi praticamente automática a comparação do incidente na escola de Realengo com outros casos conhecidos internacionalmente, como nas escolas de Columbine (1999) e Virginia Tech (2007), ambas nos EUA. O caso ganhou repercussão em veículos de comunicação de todo o mundo.

Agora, mesmo com toda a perplexidade gerada pelo episódio, uma série de perguntas surgem. Como a mídia vai se comportar diante desse caso, inédito no Brasil? Como será a apuração dos fatos? Que medidas serão tomadas pelas escolas e em relação a elas quanto à segurança? O que de fato levou Wellington a tal barbárie e como foi a preparação?


Muitas são as questões, e as respostas ainda são quase nulas.

De certeza, apenas a de que o Brasil entrou para o triste clube dos países que já registraram massacres em escolas (neste link, uma relação dos casos ocorridos nos últimos cinco anos).

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