segunda-feira, 3 de março de 2008

Esperança

Vejo com preocupação essa nova escalada de violência entre palestinos e israelenses. Cada um reivindica que tem mais ou menos direito do que o outro, mas o fato é que ambos têm nessa região minúscula e árida do mundo uma grande identificação, religiosa, cultural e histórica - manipulada pelos lideres que estão no poder de acordo com seus interesses.

Curioso é que ambos os povos são vítimas do processo histórico ao qual foram submetidos: a diáspora judaica após a destruição de Jerusalém por Roma, a ganância ocidental por trás das Cruzadas contra os árabes, além do imperialismo britânico, que comandou a região após a queda do Império Otomano e fez promessas aos dois lados - que não foram cumpridas. Mas, em vez de coexistirem, amobs se digladiam, me deixando com a imrpessão de que esses dois povos, de culturas tão ricas e marcados por diversas formas de sofrimento, vão acabar morrendo abraçadops um ao outro.

Judeus ortodoxos e defensores de Israel que me perdoem, mas usar o Holocausto que sofreram para justificar a posse da terra onde estão é ridículo. De vítimas dos nazistas, tornaram-se algozes dos palestinos. Também deploráveis são aqueles que falam que o apoio à Palestina por diversos setores da esquerda é reflexo de uma "esquerda órfã e desnorteada", como vi em uma entrevista de um judeu recentemente.

Pode parecer utópico demais, mas acredito no bom senso de palestinos e israelenses que já se deram conta de que essa carnificina não levará a parte alguma e pregam a coexistência pacífica entre os dois povos - há até quem defenda um Estado único para ambos. As iniciativas ainda são isoladas, mas representam esperança em uma realidade nada fértil a seu crescimento.

Felizmente, a vida é teimosa e mesmo em tempos de guerra ela mostra sua resistência.

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