Que a cobertura do Caso Isabella ultrapassou o limites do espetáculo e se tornou uma teledramaturgia diária com pessoas ávidas por saber as cenas dos póximos capítulos, isso já não é novidade. Tampouco é inovador ou realmente esclarecedor ficar criticando a cobertura da mídia, dizendo que ela não fez isso ou aquilo. Já se saturou tanto a cobertura da mídia sobre o assunto quanto às interminaveis críticas a ela. Ou que existem "outras Isabellas por aí afora, longe da classe média".
Maniqueísmos desnecessários à parte, onde então estão elas, as outras Isabellas, Josés, Joaquins, Marias, etc, que tambem sofrem violência em seus lares, talvez até em seus locais de estudo? E as críticas não vêm propondo sugestões de novas abordagens ou avançar no assunto da mesma forma, velocidade e tenacidade com a qual apenas apontam os erros da grande mídia.
Uma coisa "positiva" desse circo todo (se é que um caso desses pode ser considerado assim) é lembrar, ao jornalismo e à sociedade, que há um tipo de violência extremamente chocante mas pouco divulgada nos meios de comunicação em massa - e que exige uma sensibilidade especial do veículo e do jornalista ao lidar com ela: a violência contra a criança. Mas ele não deve ser tratada como um acontecimento singular, mas como um sério problema existente hoje no Brasil.
As abordagens sobre o tema devem ir além da repetição tão criticada e das críticas a serem feitas (o que é importante acontecer, mas que sozinhas são insuficiente para entender a dimensão do tema). Buscar as causas da questão para entender melhor seu efeito e prevenir - muito melhor do que remediar - que ocorram.
Enfim, parece claro agora que existe um extenso campo - dentro de outro ainda mais extenso, que é o da violência - que o Caso Isabella escancarou a necessidade latente de ser abordado e anseia por esclarecimento. Muito mais do que falar sobre a violência contra a criança, deve-se buscar formas de ir além na sua compreensão. Caso o jornalismo queira manter sua proposta histórica de trazer esclarecimento, deve estar disposto a encarar desafios como esse.
2 comentários:
Um comentário sobre o layout do blog. Não gostei, muito palmeirense. Mas vou avaliar o conteúdo...Hehe
Essa violência absurda não cresce só no Brasil. Está no mundo todo. Exemplo disso é aquele caso da Áustria, considerado por alguns "o crime mais horrível de todos os tempos" e que também envolve violência e família. A violência está cada dia mais evidente nas manchetes dos jornais. Ela cresceu ou ganhou destaque após casos que parecem ser cada vez mais horríveis? Enfim, já fugi um pouco da questão central do seu post...
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