segunda-feira, 30 de março de 2009

Um palpite sobre o futuro de Protógenes

A atuação na Operação Satiagraha colocou em evidência – para o bem e para o mal – a figura do até agora delegado da Polícia Federal (PF), Protógenes Queiroz. Sim, porque a possibilidade dele perder seu cargo na PF é cada vez mais cogitada. De investigador e algoz do banqueiro Daniel Dantas, um dos alvos da Satiagraha, Protógenes passou a ser também investigado pela própria PF.


Fora da PF, para onde iria Protógenes? A presença constante do delegado em atos contra a corrupção no Brasil, promovidos pelo PSOL, pode ser um indício de que o caminho a ser seguido por Protógenes pode ser a política – apesar dele já ter declarado não ter interesse nisso.

O próximo evento que contará com a presença do delegado está marcado para 2 de abril, na Cinelândia (centro do Rio). Ao seu lado, está prevista a presença do maior expoente do partido, sua presidente e fundadora Heloísa Helena. Um dia antes (1º de abril), Protógenes presta depoimento na CPI dos Grampos – onde disse que falar tudo o que sabe.

Sendo assim, dois pontos importantes:

- Foi no Rio que Heloísa Helena obteve sua maior votação quando se candidatou à Presidência do Brasil, em 2006, contando com grande apoio da classe média e alta carioca – setor da soceidade bastante sensível e receptiva a temas como o combate à corrupção.

- O fato de peitar Daniel Dantas, chamá-lo de “banqueiro bandido” e de passar à posição de investigado por causa de sua atuação controversa na Satiagraha, rendem um bom capital político ao delegado – como se fosse um mártir de Dantas e da impunidade brasileira. Prova disso são camisetas existentes por aí estampadas com a frase “Protógenes contra a corrupção”. Ou seja, aceitação popular não lhe falta.

Juntando esses dois pontos, a possibilidade de Protógenes ingressar na política via PSOL torna-se cada vez mais plausível – e tende a se fortalecer caso o delegado seja mesmo expulso da PF. Com sua popularidade, vinculado a um partido que – pelo menos por enquanto – ainda não foi maculado pelos meandros da política brasileira e suas relações escusas, a parceria PSOL-Protógenes pode tomar novos rumos, mais íntimos. Daria maior visibilidade ao partido, ao passo que Protógenes passaria a agir dentro do meio político. Pessoas de dentro do PSOL admitem que sua saída da PF facilitaria seu ingresso no partido.

Aí vai o palpite: Protógenes será excluído da PF, vai se filiar ao PSOL e disputará a eleição de 2010 como candidato a deputado federal pelo RJ. E vai ser eleito, a menos que algo muito sério aconteça. Sim, é só um palpite, mas essa hipótese está longe de ser absurda ou mesmo remota.

As dúvidas começarão a desaparecer a partir do depoimento do delegado, na próxima quarta-feira, 8 de abril. É esperar para ver.

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