Desde o final de abril o principal assunto da mídia internacional é a mais nova gripe a se disseminar pelo mundo, apelidada de gripe suína. A todo momento, novos casos são confirmados pelo planeta. Mas pode-se dizer com segurança que a gripe suína não é tão feia quanto tem sido noticiada mundo afora.
Até agora (04/05), vinte países registraram casos, com cerca de mil infectados ao todo. Mortos pela doença somam 25, quase todos no México, país onde a doença surgiu. Na última epidemia internacional, a da chamada gripe aviária, que começou em 2003 e continua atacando, foram registrados até agora 421 infectados e quase a metade morreu. Quem traz o paralelo é o jornal El País, em matéria traduzida para o UOL.
A matéria ainda classifica o vírus da gripe suína como de fácil difusão – o que explica a grande quantidade de casos confirmados até agora – mas de baixa mortalidade. O número foi superestimado no começo, especialmente no México, quando mortes causadas por outras doenças ou por complicações vindas de gripes comuns foram anunciadas como sendo provocadas pela nova gripe suína. A Cidade do México, por exemplo, ficou deserta na última semana, a pedido do governo para tentar frear o contágio. Os chineses foram ainda mais longe e colocaram de quarentena cidadãos mexicanos que se encontravam no país.
Dá para notar um alarde exagerado dos meios de comunicação, dos governos em todo o mundo e até mesmo da OMS a respeito da gripe suína. Ela é claramente mais grave do que uma gripe comum, mas não é tão grave quanto outras varidades piores de gripe que já deixaram maior estrago por aí, como a aviária e a histórica gripe espanhola de 1917-1918.
Aliás, em vez de simplsmente fomentar o alarde exagerado em relação à doença, falta à mídia fazer certas ponderações e questionamentos: quais as diferenças da gripe suína de outras que já atacaram anteriormente? Por que este ou aquela gripe é mais ou menos letal do que outra? Que critérios a OMS adota para classificar um determinado surto ou epidemia de uma doença? Em vez de responder ou buscar respostas a estas perguntas, opta-se pelo alarmante – que tem maior apelo de audiência.
No fim das contas a gripe suína (que agora já é chamada de gripe A ou H1N1) acaba gerando alarde demais, mas gripe de menos.
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