Não é apenas no eixo Rio –SP onde a violência é alta e preocupa. Pouco lembrada no Brasil, a cidade de Recife, capital de Pernambuco, também sofre – e muito – com os efeitos da criminalidade e com homicídios. Para variar, esse lado sombrio da “Veneza brasileira” não é retratado por nenhuma mídia nacional de expressão, mas pelo jornal britânico ‘The Independent”, veículo para lá de respeitado em todo o mundo.
Dentre as vítimas dessa capital dos assassinatos, o perfil clássico dos eliminados sem dó nem piedade: jovens (meninos de rua), negros e pobres. Em boa parte das mortes, há o envolvimento de policiais militares, o que é admitido até mesmo pelo chefe da delegacia de Homcídios da cidade.
Há também a questão dos esquadrões da morte que atuam não apenas na cidade, mas em todo o Estado, e que respondem por pelo menos um terço dos homicídios. Um policial integrante de um desses esquadrões justifica sua atuação afirmando que tais grupos fazem "serviço social" ao eliminar elementos supostamente perigosos para a sociedade.
A organização PE Body Count já citada aqui anteriormente, é também lembrada no texto do "The Independent" ao relatar a existência de um contador de homicídios instalado em plena capital pernambucana. A organização mantém um blog com notícias relacionadas à violência da região, segurança pública e um contador com as mortes ocorridas durante o ano, o que rendeu a seus idealizadores o Prêmio Wladimir Herzog na categoria Internet, em 2007.
A iniciativa do Pebody Count também é lembrada pelo texto do “Independent”
So routine is murder in Recife that a small group of residents installed the electronic body count. Eduardo Machado, the group's chief organiser, explained that it was an attempt to shock the city fathers into action because, he claims, at present they are turning a blind eye.
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