sexta-feira, 1 de maio de 2009

15 anos

Há 15 anos, o Brasil perdia seu maior representante nos esportes a motor, ídolo nacional e até mesmo em outros países (como o Japão). A morte de Ayrton Senna da Silva tem implicações que persistem até os dias de hoje: questões relacionadas à segurança dos pilotos nos carros de F-1; quem era melhor, Senna ou Schumacher?; e a lacuna deixada pelo piloto no automobilismo brasileiro, que ainda não foi devidamente preenchida.




Senna foi a última vítima fatal na F-1. E também de um fim de semana que parecia maldito. Dois dias antes, 29 de abril, outro brasileiro, o então novato Rubens Barrichello quase engrossou a lista de mortes no fatídico GP de San Marino, em Ímola (Itália). Já no dia seguinte, o austríaco Roland Ratzenberger não teve a mesma sorte e morreu durante o treino oficial.

O pior ainda estava por vir, com a batida de Senna na sétima volta da corrida. A partir de então, a prova (vencida por Schumacher) passou a ficar em segundo plano. Senna morreu, e sua morte desencadeou uma verdadeira revolução na segurança dos carros de F-1, que foi ainda reforçada pelo acidente do austríaco Karl Wendlinger nos treinos para o GP de Mônaco, corrida seguinte à Ímola. Os carros evoluíram em velocidade, mas não em segurança, o que começou a mudar a partir da temporada seguinte, como mostra matéria do UOL Esporte de hoje.




O ano da morte de Senna marcou a ascensão de Michael Schumacher na categoria, que já vinha obtendo bons resultados nos anos anteriores (estreou em 1991). 1994 teria sido o ano onde o brasileiro e o alemão seriam os principais oponentes um do outro. Daí vem o debate: quem é o melhor, Senna ou Schumacher? Levando-se em conta a trajetória e as condições encontradas por cada um durante a carreira, ainda acho que Senna era melhor - sem patriotagens.



Outra implicação séria da morte repentina do tricampeão é o surgimento de uma lacuna que nunca mais foi ocupada. A primeira vitória de um piloito brasileiro pós-Senna aconteceu somente em 2000 no GP da Alemanha, com Rubens Barrichello. A ultima chance real de ganhar um título mundial foi no ano passado, com Felipe Massa – e perdeu na última curva para Lewis Hamilton. Apesar disso, viu-se um clima de mobilização e torcida por um piloto brasileiro que não acontecia desde a morte de Senna.



Se há um piloto que sofreu com o estigma pós-Senna, este é Barrichello. Chamou para si a responsabilidade de continuar a trajetória vitoriosa do Brasil na F-1, mas quando teve um carro competitivo em suas mãos, ficou à sombra de Schumacher - e acusado de não fazer os devidos esforços para sair desta sombra. Agora, tem novamente um carro que pode trazer vitórias (Brawn GP), mas não tem feito o suficiente para ficar à frente de seu companheiro, Jenson Button. Como já disse anteriormente, esta é achance derradeira de Barrichello de conseguir um título na F-1.



Já Felipe Massa tem mais crédito. Ingressou na Ferrri ainda durante a era Schumacher na escuderia, e conseguiu um clima melhor dentro da equipe do que seu antecessor. Além dos erros que qualquer piloto comete, Massa foi vitima especialmente dos erros da Ferrari ano passado - como a história do pirulito eletrônico no GP de Cingapura, um verdadeiro mico para a escuderia italiana. Para 2009, novamente a Ferrari não parece ter forças para dar um titulo seja para Massa ou Räikkönen.



O outro brasileiro na F-1, Nelsinho Piquet, balança na Renault. Com um temporada apenas regular em 2008, se vê ameaçado de nem sequer terminar este ano na equipe.



Tudo indica que, para 2009, a lacuna continuará. Enquanto isso, seguem as homenagens a um dos maiores ídolos da história do esporte brasileiro - se não for de fato o maior deles.

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