sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Forte golpe nos parlamentares infiéis
Em um país onde as as leis costumam ser muito boas, mas que dificilmente são seguidas ou respeitadas, tal notícia é motivo de comemoração. Pelo jeito, o caso do deputado cassado em Brasília por esse mesmo motivo abriu um importante precedente que vai ajudar a dar um basta na fanfarra que são as relações entre partidos e políticos no país.
Que essa tendência realmente se mantenha.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Uma sapatada que resume tudo
O episódio é emblemático do quão grande é o ódio despertado por Bush mundo afora, especialmente entre os árabes. Coroa uma administração marcada como desastrada em todos os sentidos para os EUA: econômico, social, e no cenário político nacional e internacional. Pior para Barack Obama, que assume a presidência em 20 de janeiro com uma planatação de abacaxis para descascar. Entre eles, cumprir a promessa de retirar as tropas estadunidenses do Iraque.
Agora, se Obama realmente vai conseguir isto, aí já é uma outra história.
sábado, 13 de dezembro de 2008
13/12/2008 - Uma data para o Brasil acertar as contas com seu passado
Tempo negro.
Temperatura sufocante.
O ar está irrespirável.
O país está sendo varrido por fortes ventos.
Máx.: 38º, em Brasília.Mín.:5º, nas Laranjeiras.
(Publicado no Jornal do Brasil, no dia seguinte à decretação do AI-5)
Com essas palavras, o Jornal do Brasil, há 40 anos, anunciava o começo de uma das páginas mais tristes da história recente do Brasil: a imposição por parte da ditadura militar do Ato Institucional nº5, o famigerado AI-5.
O Ato representou o começo da fase mais sombria do regime militar no Brasil, os chamados Anos de Chumbo, que vão do fim do governo Costa e Silva (1967-1969) ao governo do general Médici (1969-1974). Com ele, o Congresso Nacional e as Assembléias Legislativas estaduais foram colocados em recesso, e o presidente, à época o general Costa e Silva, passou a ter plenos poderes para cassar mandatos eletivos, suspender direitos políticos, suspender o habeas-corpus em crimes contra a segurança nacional, legislar por decreto, julgar crimes políticos em tribunais militares, dentre outras medidas autoritárias.
Paralelamente, nos porões do regime, o pau comia solto em cima daqueles que ousava levantar a voz contra o regime. Generalizava-se o uso da tortura, do assassinato e de outros desmandos. Tudo em nome da "segurança nacional". E até hoje, certas instituições em funcionamento no Brasil ainda não se livraram de todo de certos traços desse período. Basta ver a conduta de certos policiais militares (claro, não se pode generalizar) em cidades como Rio, São Paulo ou em Recife.
E justamente no final de um ano consagrado na história mundial e na do Brasil como um momento de grande contestação da política e dos costumes. Uma forma nada animadora de encerrar 1968, recheado de manifestações ao redor do mundo e considerado “o ano que não terminou”.
Enquanto isso, os militares entoavam slogans de “para frente, Brasil!”, ou “Brasil, Ame ou Deixe-o!” e a seleção de futebol conquistava o tricampeonato mundial de futebol no México (1970). Talvez na época grande parte do povo, contagiada pelas conquistas do futebol e pela ilusão do “milagre econômico”, não enxergasse o que se passava na surdina, nas batidas realizadas pela polícia na calada da noite contra os opositores ao regime. Hoje, vê-se o tamanho da hipocrisia propagada pelos militares.
Na edição de hoje (sábado, 13/12/2008), o jornal Folha de S.Paulo informa, através da pesquisa Datafolha, um dado já esperado. Oito em cada dez brasileiros (82%, segundo o levantamento) nao sabem o que foi o AI-5. Isso se deve, em grande parte, ao fato do Brasil ser um país despolitizado, onde a política passa longe do cotidiano da maioria da população. O ensino de péssima qualidade, com livros didáticos contendo erros sobre o episódio ou até mesmo omitindo-o, também ajudam.
Felizmente, com o passar do tempo percebeu-se o grande salto para trás que o AI-5 representou para o Brasil, politica, cultural e historicamente.
A data é de extrema importância para o Brasil, um dos poucos países da América Latina (se não for o único) que ainda não acertou completamente suas contas com o passado. A abertura dos arquivos da época, antiga demanda das organizações de Direitos Humanos e da sociedade civil, continua emperrada na burocracia e na falta de vontade política – alguns dos que nela ainda atuam são remanescentes dessa época e, pelo jeito, estão cheios de culpa no cartório. A Lei da Anistia, aplicada em 1979, acabou sendo uma faca de dois gumes, livrando a cara de torturadores ao mesmo tempo em que a ditadura mostrava sua “abertura lenta, gradual e segura” e começava a afrouxar suas rédeas em uma tentativa de sobreviver a um contexto histórico que já condenava o regime à morte. Hoje, há uma intensa luta de setores organizados da sociedade para tentar reparar essa dívida histórica e unir, de alguma forma, os autores das atrocidades.
Independente de haver ou não na população, é de suma importância que seja feito esse acerto de contas com o passado. Países que viveram ditaduras até mais sangrentas que a brasileira, como a Argentina e o Chile, já o fizeram.
Enquanto não houver esse acerto de contas com seu passado, o Brasil não se livrará dos traumas e vícios que até hoje, de uma forma ou outra, continuam presentes na sociedade. Está mais do que na hora de o Brasil seguir o mesmo caminho e expor o que foi, de fato, os anos de chumbo por aqui, doa a quem doer. A sociedade merece essa satisfação.
É importante relembrar e enfrentar esse passado também como forma de valorizar as conquistas obtidas após a ditadura e que, bem ou mal, são usufruídas hoje pelos brasileiros. E para mostrar também que tais conquistas não vieram de graça. Foram à custa de prisões, gritos, choques elétricos, lágrimas e sangue.
Abaixo, alguns links para consulta:
Especial da Folha Online sobre o AI-5
http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2008/40anosdoai5/
Outras fontes
http://www.cpdoc.fgv.br/nav_fatos_imagens/htm/fatos/AI5.htm http://www2.fpa.org.br/portal/modules/news/index.php?storytopic=378
Integra do AI-5
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
60 anos depois.... o que mudou???
Sua criação tornou possivel e palpável uma outra concepção de tratamento ao ser humano, que ainda sentia os traumas das atrocidades comentidas especialmente durante a Segunda Guerra Mundial, encerrada tres anos antes.
Pela primeira vez, vários países do mundo se uniam em torno de um documento universal que estabelecia uma escala de valores a ser respeitada por todas as pessoas e todos os países do mundo. E cujo primeiro artigo ditava: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade".
Infelizmente, ainda é grande a discrepância entre teoria e realidade. Apesar do documento, não faltaram atrocidades nos últimos 60 anos. Para citar apenas dois exemplos, ambos genocídos cometidos pós-1945: a Guerra na Bósnia, com o massacre de Srebrenica, e o genocídio em Ruanda. Na atual década ainda, sob o pretexto de “combate ao terrorismo”, o conceito de Direitos Humanos mais uma vez foi colocado em planos inferiores.
Mas são inegáveis os avanços que a Declaração trouxe. Amparo jurídico, social, medidas concebidas a partir do documento existem aos montes pelo mundo afora. Falta ainda, é claro, a plena aplicação desses preceitos. Mas uma coisa é certa: se a situaçaõ dos Direitos Humanos não é das melhores hoje no mundo, sem a Declaração Universal ela seria muito pior.
domingo, 7 de dezembro de 2008
Linhas, sinais e vidas cruzadas
Ele é composto por redes de Internet sem fio, transmissão de dados via celular, sinal das rádios comerciais, piratas e comunitárias, walk-talkies, entre outras.. Ou seja, existe no ar paulistano muito mais do que oxigênio, nitrogênio e doses excessivas de monóxido e dióxido de carbono e outros poluentes.
Claro, esse trânsito não se dá sem trombadas, atropelos ou qualquer outro tipo de interferência. E se esse emaranhado de dados não circular com um mínimo de planejamento, traz problemas graves e algumas aberrações que rendem histórias engraçadas de um lado, e expõem irregularidades do outro.
No caso das rádios, ele fica bem evidente pelo caos que é o espectro paulistano (por onde circulam os sinais, também conhecido como dial). Ao todo, 39 emissoras comerciais transmitem sua programação para a cidade de São Paulo, a maioria delas na região da avenida Paulista. Mas, na verdade, nem todas as emissoras que operam em São Paulo são paulistanas ou poderiam transmitir para a capital. Há rádios cujas sedes e/ou antenas de transmissão estão registradas em cidades vizinhas como Guarulhos, Arujá, Mogi das Cruzes ou até mesmo Itanhaém, no litoral paulista, o que é ilegal segundo a legislação vigente no país. Essa artimanha usada para driblar a lei acaba por sobrecarregar o dial de São Paulo, o que contribui para aumentar a confusão.
Essa aberração produz o seguinte efeito: enquanto os sinais se acotovelam na bagunça do dial buscando sonorizar seu conteúdo nos aparelhos de som, o ouvinte trava uma batalha com o botão que muda de uma estação de rádio a outra. E muitas vezes acaba sem conseguir aquela sintonização perfeita da emissora onde é veiculado seu programa favorito.
Um exemplo de onde isso ocorre é a avenida Paulista, local de maior concentração de emissoras de rádio na cidade. Quanto mais chega-se perto e adentra-se nesse corredor de concreto considerado cartão-postal de São Paulo, pioram os sinais das rádios. Em vez da música preferida, o que chega ao ouvinte são chiados ou um sinal intermitente. O que não deixa de ser irônico, pelo fato dos sinais estarem tão próximos do transmissor de sua origem.
O ar também é povoado pelos sinais emitidos pelos milhões de aparelhos de telefone celular em operação. São 140 milhões em todo o território nacional, 60 milhões deles só em São Paulo. O iPhone 3G, mais nova coqueluche no mercado, deve ajudar a aumentar esse número.
Sinais se trombam, ligações se cruzam, e na mesma hora que um executivo inicia uma chamada importante para fechar aquele negócio com uma multinacional, um “boi” daqueles pode entrar na linha e ele então perceber-se ouvindo a briga de um casal pelo celular.
Em um mundo cada vez mais virtual, onde o próprio ar faz cada vez mais a função antes desempenhada apenas pelos fios de cobre ou pela fibra óptica, o caso corrido com Rafael não deixa de ser uma maneira de engraçada de vidas se cruzarem nesse cotidiano plugado de século XXI.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Sobre a condenação de Daniel Dantas
Estamos chegando no clímax de uma história que começou nos anos 80 e que veio ao mundo em 1997. São 11 anos de conchavos entre empresários, banqueiros, políticos, jornalistas, policiais e juízes. Em 1997, o banco Opportunity, criado por Dantas, pagou apenas 250 milhões de reais pelo porto de Santos, o maior da América Latina. Em apenas um dia, o porto de Santos movimenta mais dinheiro que seu valor de venda.
Em 1998, o Opportunity aglutinou o dinheiro do Citibank - então o maior banco privado do mundo -, dos fundos de pensão de estatais, e da Telecom Italia - pertencente ao maior grupo empresarial italiano - e arrebatou a Brasil Telecom, nos leilões de privatização da telefonia brasileira.Na época, arapongas da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) grampearam o BNDES e o Ministério das Comunicações (que estavam organizando as privatizações) e descobriu-se uma manobra política, que envolvia inclusive o presidente Fernando Henrique Cardoso, para permitir a ação de Dantas.Não aconteceu nada porque os grampos foram feitos sem autorização da justiça. E quando isso ocorre, segundo a legislação brasileira, as provas perdem validade.
A partir daí uma série de casos e abusos aconteceram. Dantas iniciou sua cooptação direta de políticos e, mais grave, de jornalistas. Segundo consta nos relatórios da Operação Satiagraha, foram mais de 18 milhões de reais em propina à jornalistas. Alguns são citados: Diogo Mainardi e Lauro Jardim na Veja, Leonardo Attuch na IstoÉ, e Janaína Leite na Folha.
Existem processos contra Dantas no Brasil, nos Estados Unidos (movido pelo Citibank) e na Itália (movido pela TI). Dantas nunca foi condenado. A única que vez que perdeu alguma ação na Justiça foi em 2005, quando a juíza Márcia Cunha, da 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, ordenou que o Opportunity se afastasse da direção da Brasil Telecom, por gestão fraudulenta. Depois dessa decisão, o marido de Márcia recebeu três propostas milionárias para trabalhar no Opportunity, numa clara indicação de suborno ideológico. Ele não aceitou. Márcia foi à imprensa apontar o que Dantas estava fazendo nos bastidores. Nunca mais se ouviu falar de Márcia Cunha.
Mas foi só. Dantas nunca foi condenado.
Foi hoje.
Mas ainda não chegamos no clímax do caso Dantas. O juiz que condenou Dantas hoje, Fausto De Sanctis, será julgado, ainda essa semana, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Pois é, juiz julgando juiz. Por que? Porque De Sanctis expediu dois mandados de prisão contra Dantas, em 08 e 10 de julho últimos, contra a vontade do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O STF é o órgão máximo do Judiciário brasileiro. A ação movida contra De Sanctis, que será julgada pelo CNJ, foi perpretada pela defesa de Daniel Dantas. Quem é o presidente do CNJ, o homem que decidirá o destino do homem que condenou Daniel Dantas depois de quase 20 anos de abusos? Gilmar Mendes.
Mas isso é coincidência.
Mais informações:
Condenação de Dantas:http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u474156.shtml
Decisão do CNJ:http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u474147.shtml
Fausto De Sanctis:http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3367172-EI6578,00-Em+decisao+De+Sanctis+pede+respeito+no+processo.html
Satiagraha:http://oleododiabo.blogspot.com/2008/11/o-brasil-da-satiagraha.html
sábado, 29 de novembro de 2008
Descendo aos porões do instinto humano
Os alvos, para satisfazer as mais diversas formas de prazer, são variados. Crianças - de ambos os sexos, de 12 a 15 anos, batizados com nomes especiais para a ocasião; suas próprias mulheres e filhas – algumas já concebidas justamente com o intuito de serem alvo de sodomia; fodedores (sim, é este mesmo o nome) agressivos e dotados de membros descomunais, também rebatizados para a jornada; e por fim, velhas deformadas, fedorentas e banguelas. Para completar, quatro experientes cafetinas, acostumadas com o ambiente de libertinagem, que terão o papel de relatar e contar a todos sobre suas experiências libertinas, afim de preparar o terreno para as orgias diárias. Tudo isso preparado para satisfazer todas as possíveis e imagináveis fantasias eróticas dos quatro amigos. No fim das contas, o que importava para eles era, literalmente, esporrar.
As modalidades sexuais por eles experimentadas, segundo a classificação do livro, são simples, complexas, criminosas e assassinas, tudo em um cronograma previamente traçado em detalhes pelos quatro libertinos. Tudo isso é amplificado pelo detalhismo de Sade – ele próprio, claro, um libertino – ao descrever cada fantasia, expor os números que compõem a jornada libertina de quatro meses, e pelo formato que escolhe para tal – como se fosse um diário.
O autor se inspirou em sociedades dedicadas à libertinagem que já existiam na França de meados do século XVIII, e a partir delas colocou no papel todo o seu delírio, suas hipérboles obscenas. Sade mostra em seus escritos o lado mais sombrio da espécie humana.
Aliás, o marquês tinha um apreço especial pelos escritos que originaram “Os 120 dias de Sodoma”, redigidos durante uma de suas passagens pela prisão e que o próprio autor acreditava ter perdido para sempre. Muito da obra do marquês foi queimada por ordem de seus próprios filhos após sua morte, mas alguns bibliotecários salvaram parte dela e guardaram-na nos porões da Biblioteca Nacional Francesa. Na década de 1950, foram enfim editadas na França, o que provocou polêmica também nessa época.
Apesar de representar um enorme desafio, a obra de Sade ganhou forma igualmente no cinema e no teatro. Dirigido por Pier Paolo Pasolini, Saló ou 120 Dias de Sodoma (1975), finalizado meses antes da morte do cineasta, é bem fiel ás libertinagens descritas pelo marquês. Nos palcos, há 15 anos o grupo teatral paulista Os Satyros se dedica a encenar a obra sadiana. Em sua adaptação de “Os 120 dias”, quando a peça chega ao limite do suportável, os atores recitam o discurso de La Boétie, como uma forma de consolar o espectador.
Apesar de ter sido escrita no final do século XVIII, a obra de Sade continua a assustar e despertar a curiosidade de muita gente. A leitura de sua obra como um todo é perturbadora, rompe com paradigmas ao abordar questões fundamentais do ser humano que, em geral, são jogados para baixo do tapete. Ao mostrar sua concepção de humanidade, muito distante dos padrões normalmente idealizados, Sade consegue assustar até mesmo aqueles que já conhecem ou estudam a sua obra.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Enfim, algo com que comemorar
A matéria completa, do UOL, pode ser lida acessando o link abaixo:
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/11/17/ult5772u1584.jhtm
Em um caso que já beira o ridículo, onde os investigadores passam a ser investigados e que mexe diretamente com as relações promíscuas existentes entre políticos, empresários e certos jornalistas, a decisão do TRF não deixa de ser uma luz no fim do túnel. Uma prova de que há gente séria na Justiça brasileira - o desdobramento do caso, com prende-e-solta de Dantas, defesa de acusado querendo mandar no processo de seu cliente, grampos telefônicos e etc, já colocava em dúvida essa capacidade do Judiciário do país.
O que vai acontecer agora, afinal? Dantas vai ser indiciado? Protógenes vai virar réu? Outras tramóias e irregularidades virão à tona? O caso exposto pela Satiagraha tem o potencial de abrir uma caixa de pandora na política brasileira. E a pressão sociedade é importantíssima nesse momento. A verdade. seja ela qual for, precisa ser revelada.
sábado, 15 de novembro de 2008
Como um doente em estado de depressão
A sempre repudiada presença do Estado no mercado – especialmente o financeiro – foi, ironicamente, a única saída encontrada para salvar o sistema de uma reação em cadeia que o levaria a um colapso – e ainda não há plena certeza de que essa medida será suficiente. Grandes bancos e empresas faliram ou foram socorridos pelo Estado, que passou a controlar essas instituições. O caso da seguradora AIG, nacionalizada pelo governo dos Estados Unidos, é talvez o exemplo mais marcante. Há ainda quem insista em dizer que a atual crise é passageira e que em alguns anos os mercados vão recuperar as perdas decorrentes do colapso que está em curso. Mas até mesmo entre os neoliberais já há quem diga que 'acabou a farra de Wall Street'.
O mais curioso é que essa reação à nacionalização das empresas é completamente oposta a iniciativas recentes que aconteceram na mesma direção, em países como a Bolívia ou a Venezuela. Ao contrário, receberam duas críticas da comunidade internacional e foram interpretadas como uma intromissão desnecessária no mercado e na iniciativa privada. Enquanto isso, até os neoliberais mais convictos e incorrigíveis engoliram seco as iniciativas de nacionalização, que agora também ganham força na Europa. Em especial na Inglaterra, berço do Estado mínimo, que vai recapitalizar três dos maiores bancos do país.
Há quem insista em dizer que nacionalização é uma coisa e estatização é outra, com o intuito de diferenciar as ações promovidas nos países ricos pelos do terceiro mundo. A rigor, não há grande diferença, já que em ambos os casos o Estado marcou sua presença para evitar descaminhos na instituição, seja entrando como sócio ou assumindo o controle da empresa.
Esta é uma das contradições pouco exploradas pela mídia. Mas há ainda outros pontos que pedem para ser melhor esclarecidos. A cobertura da mídia não vai à raiz da crise, que está no próprio sitema financeiro; não toca na questão de que nunca houve uma concentração tão grande de riqueza em mãos privadas
Assim, a mídia torna-se uma mera reprodutora dessa 'lógica', em vez de ter um olhar crítico sobre esse aspecto. E, ao manter-se presa a isso, perde-se facilmente tantas vezes quantos solavancos o mercado financeiro apresentar.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Uma brincadeira sem graça nenhuma
http://www.estadao.com.br/pages/enquetes/default.htm?id_enquete=320
Ela também segue transcrita abaixo:
Quais reivindicações femininas você faria ao Prefeito(a) eleito(a) no domingo?Se todos os problemas estruturais da Cidade já estivessem resolvidos (Educação, Saúde, Transporte, Segurança ...) que reivindicações femininas você faria?
- Banheiros públicos femininos cheirosos e com secador de cabelo
- Vai e vem para o shopping, sobretudo na época das compras de Natal
- Programa "mãe paulistana em forma". Junto com o enxoval vem a "bolsa malhação"
- Kit maquiagem em casa, distribuído no dia de seu aniversário
- Vale-chapinha para usar em emergências, como os compromissos de última hora
- Bilhete múltiplo aceito em todas nas clínicas de estética
- Manicures poupa-tempo em pontos estratégicos: dentro do ônibus, na fila do banco ...
Tá duvidando? Dá uma olhada no link, então, de novo:
http://www.estadao.com.br/pages/enquetes/default.htm?id_enquete=320
Pois é, podem até dizer que isso foi só uma brincadeira. Mas isso não tira seu mau gosto.
A enquete é perfeita para reiterar os estereótipos que já marcam há muito tempo as mulheres. Como se elas só pensassem em unhas, clínicas de estética, chapinhas, etc. Toda a indignação com essa enquete é plenamente justificada.
Nota zero para a 'brincadeira' da semana. Lamentável que uma organizaçaõ de mídia do porte do Grupo Estado abra espaço para uma coisa dessas.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Esses aí não aprenderam...
"O americano comum está sofrendo economicamente. Perde seu trabalho, sua casa e seu seguro de saúde. Agora me pergunto se isto tem sentido", diz o congressista democrata Henry Waxman .
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Sacoleiras de luxo e a frase da semana
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff0610200819.htm
A matéria é ótima para dar risadas das dondocas em seu momento de 'sacoleiras de luxo'. E também para ver em que mundo cheio de fantasia em que elas vivem, que em nada corresponde a realidade em que se encontram grande parte da população.
O texto ainda traz uma prova cabal da futilidade desse extrato "privilegiado" da população paulistana, que parece sentir o centro do universo dentro do próprio umbigo. É a declaração da advogada, que consta na matéria, justificando seu voto em Kassab no 1º Turno da eleição municipal de ontem: "Tenho que garantir o emprego do meu marido, que é advogado na Subprefeitura de Cidade Ademar (zona sul). Eu garanto o emprego dele, e ele garante as minhas compras na Daslu".
Dispensa maiores comentários...
sábado, 27 de setembro de 2008
Escolha de rádio digital abre polêmica no Brasil
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Pesquisas, pesquisas e pesquisas
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u447578.shtml
Especialmente em 2008, diversas pesqisas e estudos apontaram crescimento da renda dos brasileiros, que ascenderam na piramide social, que aumentaram de renda, etc. O Pnad e o Ipea são apenas duas delas.
Uma coisa me chama a atenção: quais são os parâmetros de pesquisa utilizados? Eles são adequados à realidade brasileira de hoje ou já se encontram defasados? Parece muito bonito nas pesquisas e nas matérias que saem a respeito do tema, mas correspondem de fato à realidade? Os preços continuam aumentando, o custo de vida em geral sobe, os salários não sobem na mesma velocidade com que sobem os preços... Fica a dúvida: todos esses dados não acabam apresentam um quadro distorcido da real situação da economia nacional, da economia doméstica? Eles são capazes de identificar as distorções existentes na economia e na sociedade brasileira ou acabam também sendo enganados pela péssima distribuição de renda brasileira, onde estatisticamente os que ganham muito acabam 'compensando' em consumo e qualidade de vida as camadas mais pobres?
Se próprio PIB do país teve seu cálculo alterado ano passado, reajustando para cima os índices de crescimento da economia brasileira, por que não poderia haver uma mudança nos índices utilizados por essas pesquisas, caso seja detectada mesmo essa falha?
Nunca vi nenhum jornal da grande imprensa, da grande mídia se questionar a respeito disso. Seria uma boa pauta, na minha opinião.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Frase da semana (lamentável, mas é)
A autora da frase é Ana Melena de Suzuki, presidente do Comitê Cívico de Pando (departamento no extremo-norte da Bolívia), e foi publicada na Folha de S.Paulo em 19 de setembro. Ela minimizou as mortes ocorridas na cidade de Cobija, localizada próxima à fronteira com o Brasil, em dos mais violentos choques entre defensores e opositores do governo de Evo Morales.
Independente da opinião que se tenha a respeito de um governo ou da postura da oposição em relação ao mesmo, 'um pequeno número de mortos' não pode servir de atenuante para o que aconteceu em Cobija. Os ânimos há meses estão exaltados na Bolívia e a posições como essa de Ana Melena em nada contribuem para resolver ou atentuar qualquer crise.
Lamentável para uma 'presidente de comitê cívico'. Tomara que essa não seja a opinião reinante na sociedade boliviana
sábado, 20 de setembro de 2008
Mais e mais concentração
Parece pouco, mas com essa aquisição Slim torna-se o terceiro maior acionista do grupo, atrás apenas da família Sulzberger, que controla o jornal, e de dois fundos de investimentos que compraram ações no começo deste ano.
A comunicação vai cada vez mais se tornando um negócio para um grupo cada vez mais seleto e poderoso de pessoas e grupos empresariais, que acabam exercendo influência decisiva na programação que é veiculada pelos diversos sites, emissoras de TV e rádio e jornais submetidos a esses grupos.
domingo, 14 de setembro de 2008
Para refrescar a memória
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Rádios comunitárias, uma forma de democratizar a comunicação
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Brincando com fogo - ou melhor, com armas de fogo
Mas, a julgar pela matéria abaixo do The New York Times (disponível para assinantes do UOL), parece que nem todos nos 'States' aprenderam a lição de Columbine. Uma escola de uma cidadezinha do Texas, as armas são permitidas em sala de aula.
Para um país que, pelo menos em teoria, se traumatizou com um caso que ganhou repercussão mundial, o caso relatado na matéria é brincar com fogo. Ou melhor, com armas de fogo, em seu sentido mais literal.
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2008/08/29/ult574u8773.jhtm
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Procurados 'famosos' pelo mundo - quando irão acertar suas contas?
Alguns deles estão em plena atividade, outros brincam de gato e rato com as organizações internacionais e se escondem a todo custo - em certos casos são até acobertados por governos locais. Dos seis procurados, quatro são da África. Confira os nomes listados pela Foreign Policy :
Omar Hassan al-Bashir, atual presidente do Sudão (só lembrar do que acontece hoje em Darfur que já basta para enender o porquê dele estar nesta lista);
Joseph Kony, lider rebelde em Uganda;
Ratko Mladic, chefe do exército sérvio-bósnio durante a Guerra da Bósnia (parceiro de Karadzic, que já está acertando contas com o Tribunal de Haia) e um dos responsáveis pelo massacre de Srebrenica, que matou 8000 pessoas.
Aribert Heim, 'médico' nazista no capo de concentração de Mauthausen;
Félicien Kabuga, empresário mulitmilionário de Ruanda que deu apoio financeiro ao genocídio que matou 800 mil pesosas entre abril e maio de 1994;
Bosco Ntaganda, chefe militar de uma milícia chamada Congress for the Defense of the People (CNDP), baseada na República Democrática do Congo (ex-Zaire e democrática apenas no nome).
Sim, é claro que você deve estar sentindo falta de algum nome nesta lista. O de George W. Bush, presidente dos EUA caberia bem aqui, por ordenar as ações no Iraque e no Afeganistão. Mas aí é uma outra história.
Ah, e para quem quiser mais detalhes sobre os 'santinhos' citados acima, basta acessar a matéria no portal da Foreign Policy (todos os artigos da publicação estão em inglês).
http://www.foreignpolicy.com/story/cms.php?story_id=4409
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Antíteses de um contexto
O conflito já provocou, segundo dados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), 40 mil refugiados e deslocados internos na região. Estima-se que 2 mil pessoas já tenham morrido desde o início das escaramuças entre os dois países, em 8 de agosto. Enquanto isso ao contrário dos Jogos Olímpicos, o conflito Rússia x Geórgia produz imagens como esta na cidade de Gori, na Geórgia.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Quer criticar a China? Saiba fazê-lo
OK, não estou dizendo que sejam mentiras as violações dos Direitos Humanos, a repressão à imprensa e à liberdade de expressão, a falta de democracia e o excesso de burocracia. Pelo contrário, isso existe e de forma bastante presente no cotidiano chinês. Mas a China em si é muito mais do que a arbitrariedade existente hoje em sua sociedade. Afinal, a historia desse país não começou com a chegada de Mao-Tsé Tung ao poder em 1949, mas muito antes disso, há cerca de 5 mil anos atrás.
Para começar, creio que a riqueza da cultura chinesa tem sido pouco abordada - quando o é, na maioria dos casos é apresentada como uma coisa pitoresca, exótica. Pouco se fala dos famosos provérbios chineses, dos ensainamentos de Confúcio, das artes marciais. Os chineses são os responsáveis por invenções sem as quais seria impossível pensar no mundo contemporâneo, como o papel, a pólvora, a impressão e a bússula. Construíram a única obra humana que pode ser vista do espaço, a Grande Muralha (foto acima), entre outras.
Se por um lado pode parecer estranho na culinária chinesa haver cobras e escorpiões, por outro é um símbolo de resistência de um povo que, literalmente, aprendeu a se virar do jeito que dava em momentos de escassez de alimentos para viver. Nem que para isso fosse necessário degustar mesmo aquilo que rastejasse pela terra - não se esqueçam de que a população chinesa hoje é a maior do mundo, de 1,3 bilhão de habitantes.
Enumerando esses dados, percebe-se como a cobertura sobre a China por parte da mídia e precária e reducionista. Além de ficar somente batendo na tecla de seu gigantismo econômico, de seu poderio econômico-militar frente aos EUA que só falta colocar a China como a nova URSS de uma nova Guerra Fria, adota-se um ponto-de-vista estritamente ocidental, usando-o como parâmero para analisar uma sociedade e uma cultura que lhes são completamente diferentes.
Se a intenção é criticar o que a China é hoje - um país que silencia seus opositores até mesmo através da morte, não permite a livre expressão e ainda consegur sufocar a população (de Pequim, por exemplo) com uma poluição de fazer inveja aos ares paulistanos, por que não fazer isso partindo do que essa cultura produziu de melhor para o mundo? Em um momento em que as grandes cidades chinesas cada vez mais ficam parecidas com as dos EUA, certamente, a análise seria muito mais rica, e a crítica mais interessante e contundente. Afinal, o próprio país, com sua política repressora, passa por cima de princípios que a nortearam por dezenas de séculos. E não essa toada monótona e irritante quer se tornou a cobertura a respeito da China.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
E o céu era azul.... agora é cinza
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Imagem do dia
domingo, 20 de julho de 2008
Advertência de um eleitor a um candidato
Ela relata que o comerciante Guilherme Ghandur, 31, cobrou neste domingo do candidato tucano Geraldo Alckmin a permanência no cargo, se eleito. Ele disse ao eleitor que ficaria os quatro anos na prefeitura, 'sem dúvida'.
A matéria pode ser lida acessando o link abaixo:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u424281.shtml
Duas coisas: a atitude de Serra (mesmo tendo sido eleito com grande margem de votos) deixou eleitores escaldados. É muito boa a atitude do comerciante, outros deveriam fazer o mesmo com seus candidatos.
Outro ponto é se Alckmin vai realmente cumprir sua promessa, o que já é uma outra história. A tentação pelo poder é grande, e o tucano não dá mostras de que deseja dessitir do sonho de ser presidente. Certeza mesmo disso, só haverá em 2010. Veremos.
Não apenas ver, mas ouvir, sentir...
A foto abaixo é de Lisboa, Portugal. Pessoas caminham com os olhos vendados por ruas estreitas da capital portuguesa.
sábado, 19 de julho de 2008
O bom senso é o que vale
Grandes portais como UOL, IG, Terra e G1 já desenvolveram versões WAP (diferente da WEB) de seus sites para atender a crescente demanda, seja do ponto de vista jornalístico, econômico ou publicitário. O BOL deve estrear o seu portal WAP em breve.
As empresas de telefonia celular também entram na disputa para ver quem vai conseguir oferecer mais – e melhor – os serviços que o 3G possibilita. No meio de tudo isso, mais uma passo na tão falada convergência digital, onde áudio, vídeo e texto pode ser acessados de um único aparelho – que vai se tornando cada vez menor. Há até quem diga que os celulares do futuro serão invisíveis, utilizando-se da nanotecnologia, que mesmo engatinhando já impressiona pelos resultados que obteve.
Enquanto isso, a febre do momento (prevista para chegar ao Brasil perto do Natal) é o iPhone 3G, que procura reunir, em um único aparelho o melhor do 3G com os iPhones já existentes.
Os avanços chegam com tamanha velocidade que parece impossível avaliar, com precisão matemática, o que é mito e o que é real quando se fala em celular, o que atordoa pesquisadores de diversas áreas da ciência e da comunicação em seus estudos sobre o impacto dessas tecnologias nas pessoas.
As críticas variam, apontando desde a dependência que o uso do aparelho provocaria (o celular como parte integrante e inseparável de seu ser, tamanho é o apego de certos usuários em relação ao aparelho) até os diversos estudos feitos sobre a radiação que o telefone celular emite, algumas delas consideradas cancerígenas. Outras, no que dizem respeito à sociabilidade do indivíduo, são bem parecidas com os questionamentos feitos acerca de outro aparelho que se tornou essencial na vida contemporânea: o computador.
Mas, conservadores e entusiastas, devagar com seus andores. Da mesma forma que há um deslumbramento excessivo com o vasto horizonte que as novas tecnologias de comunicação oferecem (entre elas o 3G), as pesquisas científicas sobre malefícios do celular – seja em relação à saúde ou ao comportamento social do indivíduo – também se contradizem. Não dá para ignorar também que cada pessoa, independente das características que lhe são conferidas pela sociedade na qual ela se encontra, possui suas particularidades. Ou seja, não dá para dizer que todos os seres humanos se tornarão dependentes de seus telefones celulares, da mesma forma que já se proclamou que ocorreria com os computadores ou com a televisão - e que não aconteceu. Se por um lado há diversas pesquisas que apontam para um isolamento das pessoas por causa das novas tecnologias, também existem uma série de outras que indicam exatamente o oposto, que elas podem ajudar a aproximar pessoas - e, o mais importante, de que elas não são capazes de substituir o convívio social.
Para tudo isso, na dúvida, há um conselho que vale para todos os questionamentos acima, que permite equilibrar esses dois pesos que conservadores e entusiastas extremistas insistem em desequilibrar, e que não depende de tecnologia nenhuma: o bom senso. Afinal, tudo em excesso - até mesmo a água e o oxigênio - faz mal.
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Tragédia em Congonhas completa um ano
terça-feira, 15 de julho de 2008
Sobre a cobertura da imprensa - Operação Satiagraha
Mas seja por falta de incentivo, falta de vontade, espetacularização, etc, a cobertura sobre a Operação Satiagraha está caindo em descrédito. A prisão de Dantas ficou em segundo plano. Já as de Pitta e Naji Nahas nem são mais lembradas. O que é pisado e repisado à exaustão é a polêmica criada pelos desmandos do presidente do STF, Gilmar Mendes, em relação ao juiz federal Fausto De Sanctis é retratada como um Fla-Flu ou Atle-tiba ou um Gre-nal. Fala-se sobre o uso das algemas, sobre quem do PT poderia ser fritado em mais esse escândalo, entre outros perfumarias sem real importância. Se Dantas é considerado expert em "participar de tudo e de nada ao mesmo tempo", a mídia vai se especializando em fazer muita fumaça onde não há fogo algum e ignorando os verdadeiros focos de incêndio.
Enquanto isso, o braço direito de Dantas se entrega e recebe destaque mínimo nos jornais. Ninguém faz o exercício de fazer uma pequena busca na memória e nos jornais e voltar a episódios-chave para entender toda essa tramóia que veio à tona. Não se fala epoca da privatização das teles em 1998 na qual o Dantas tá envolvido até o pescoço, bem como o escândalo empresarial pelo controle da Brasil Telecom mais recentemente, fora as outras operações escusas do banqueiro.
Sobre o Nahas, silenciam a respeito da quebra dos bancos Marka e Fonte Sindan e de quando ele e sua especulação quebraram a Bolsa de Valores do Rio. Sobre o Pitta (que já desfruta de um certo ostracismo em relação a cargos públicos graças às suas estripulias à frente da Prefeitura de São Paulo), não se dão ao trabalho de voltar a meados dos anos 1990 e ao escândalo dos precatórios. Ignoram também a questão dos fundos de pensão. Mas isso também no escândalo do Mensalão foi falado, falado e nada foi feito ou mexido. E esse assunto é nitroglicerina pura.
Quem se beneficia com essa desinformação conduzida pela má vontade em se apurar os fatos? Mais uma vez, Daniel Dantas, que só vai esperar a poeira baixar para voltar a agir na obscuridão dos bastidores do poder, da mídia e do Judiciário. Mais uma vez, Nahas e Pitta, um para continuar especulando e dando 'consultorias', o outro para continuar tentando voltar à vida política (dessa pelo menos, ao que parece, ele já foi condenado ao ostracismo).
Quem perde?
Toda a população, por ter mais uma mostra de impunidade. A Justiça, que sai emporcalhada e com imagem de avalista dessa impunidade. Perde-se também uma rara chance de revelar ao público esses intestinos os do Brasil. A imprensa, que joga sua credibilidade na lama e faz um desserviço a seu leitor, telespectador, ouvinte, etc. Enfim, o país perde uma boa chance de acertar as contas consigo próprio. No mais, continua mais do mesmo. E assim: sorria, Daniel Dantas!
sábado, 12 de julho de 2008
Rir para não chorar
Nesta semana foi a vez de um jornal de Itabuna (BA), Diário do Sul da Bahia dar sua contribuição, juntando-se a outros exemplos célebres como o da gangue de traficantes publicada nbao passado pelo JB - mas que na verdade eram atores participando de uma filmagem em um morro do Rio de Janeiro.
Em sua edição de 9 de julho, o Diário publicou por engano a foto do ator global Daniel Dantas no lugar da imagem do banqueiro Daniel Dantas, preso durante a Operação Satiagraha da Polícia Federal. Nas edições seguintes, o jornal se desculpou com o xará global do banqueiro e publicou um editorial sobre a repercussão do erro na imprensa.
“Os 15 minutos de fama não foram fruto de um furo jornalístico, daqueles com que toda a imprensa nanica sonha para, ainda que momentaneamente, romper a intransponível barreira que a separa da grande mídia. (...) Ô glória inglória!”, diz o editorial.
Sem dúvida, rir para não chorar. Abaixo segue a prova da 'barriga':
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Uma caixa de pandora que se abre
É uma verdadeira caixa de pandora que se abre com isso tudo. Claro, tem uma certa pirotecnia da PF e tal, mas é importante acompanharmos com atenção os desdobramentos desse caso - que pelo jeito promete.
Esses três tem um passado que condena - e muito. Juntando tudo, tem corrupção, desvio de verbas públicas, lavagem de dinheiro, controle da mídia... Enfim, dá para ficar o dia inteiro só elencando irregularidades cometidas pelos três porquinhos aí, desde o fim dos anos 80.
Em 1989, o Nahas e suas especulações, quebraram a bolsa de valores do Rio (que posteriormente fundiu-se com a de São Paulo). O Dantas, volta e meia, vira e mexe aparece em alguma relação obscura nos bastidores do poder e da mídia. O Pitta, apadrinhado pelo Maluf, chegou à prefeitura de São Paulo e no seu governo estourou o escândalo da máfia da propina que ia para vereadores - não sei até hoje por que esse cara não foi cassado, Mas pelo menos agora conhece o ostracismo da vida política aplicado pela sociedade. Só em uma história assim para ele aparecer. E não venham nenhum dos três pagar de santinho agora....
Agora trabalhando em um portal internet eu to sentindo a histeria existente quando um caso assim estoura. São notícias e pseudonotícias que pipocam até da pia do banheiro e que te deixam mas atordoado do que informado.
Portanto, é fundamental que todos que tenham vontade de ver um país mais justo e cada vez mais livre dessa corja de ladrões acompanhem com atenção esse caso e seus desdobramentos, sem se deixar levar pelas pistas falsas que serão plantadas pelo caminho por aqueles a quem não interessa que se vá a fundo nas investigações. Esses elementos aparecem tanto na política como no meio judiciário como tambem na mídia. Devemos ficar de olho e pressionar, agir para que seja feita a justiça e esse pais deixe de ser menos corrupto.
Não é todo dia que uma caixa de pandora como essa se abre. E enquanto ela não for esmiuçada, ela não deve ser fechada.
PS: só por curiosidade, o nome da opoeração da PF é Satiagraha (resistência pela verdade, em sânscrito). Era um termo usado pelo Mahatma Ghandi, que pregava a desobediência civil na luta pela independência da Índia frente ao império britânico.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Resignação, humor negro ou ato de resistência?
http://estilo.uol.com.br/ultnot/bbc/2008/06/23/ult3806u423.jhtm
Fica questão inicial: resignação com um cotidiano violento, humor negro e oportunista ou um ato de resistência frente a uma realidade hostil? Prefiro esta última hipótese.
Mesmo que o dono do estabelecimento esteja usando a situação do país para ganhar dinheiro com o estabelecimento, não deixa de ser uma crítica - até bem-humorada - aos conflitos que não dão sossego ao povo libanês - aliás, problema crônico do Oriente Médio.
O simples ato de tentar tocar a vida em meio a um cotidiano que tem situações que beiram o absurdo já é, por si só, um ato de resistência. Uma mostra que a vida é muito mais forte do que a morte, a tragédia ou que os interesses dos grupos que dominam a cena política, religiosa e econômica do Líbano.
Aproveitando o comentário de uma amiga minha sobre essa matéria: "Vai uma bala aí 'tio'?"
sábado, 21 de junho de 2008
Justiça Federal e a hipocrisia
O rebuliço da vez é a decisão da Justiça Eleitoral de multar veículos de imprensa que publicaram entrevistas com prováveis candidatos às eleições que ocorrerão em outubro. O jornal Folha de S.Paulo, por exemplo, junto com veículos de mídia, foram punidos por terem entrevistado a pré-candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy.
Claro, a Folha busca defender o dela, invocando a famosa liberdade de imprensa e usando o espaço disponível em suas páginas para tal, ouvindo pessoas de renome na área jurídica. Comparações com os tempos sombrios da ditadura militar também são feitas com o intuito de reforçar a arbitrariedade - forçada de barra, é verdade, mas não deixa de ser um absurdo a decisão da Justiça Eleitoral.
Outra coisa: é evidente que os virtuais candidatos querem mais é falar mesmo, para quem quer que seja. São as únicas épocas em que os políticos se dispõem de corpo e alma para falar – e se promover -, além de tentar fazer o povo esquecer de alguma mancada que tenha cometido ou de alguma tramóia que tenha vindo a público. Ou seja, essa postura da Justiça Eleitoral é, de longe, das mais hipócritas.
Agora, aí vem a maior delas: o TSE "arregar" da medida de expor a ficha dos candidatos deste ano, permitindo ver se o candidato deve alguma coisa ou se é mais um com a "ficha suja". Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, ela pode ser "usada como arma" por concorrentes.
Ué, mas isso não é bom? Seria melhor ainda para o eleitor. Mas, como a regra é cada vez mais "transparência zero"... Fica aí mais uma caso de hipocrisia.
Ou seja, o órgão público que deveria zelar e colocar um pouco de ordem na fanfarra que são as eleições – que mudam suas regras a cada ano, só faltando fazer um bolão para tentar acertar qual regra cairá no pleito seguinte – e que deveria ajudar o eleitor, não o faz.
Pois bem, os eleitores mais uma vez estão sozinhos na tarefa de identificar - e tentar através de seu voto,limar - da vida pública, os corruptos.
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Revista Caros Amigos perde onze funcionáros
Tornou-se pública na quarta-feira, 18 de junho, a saída de onze funcionários da revista Caros Amigos. Fundada em 1997 por Sérgio de Souza, figura respeitadíssima no meio jornalístico e que morreu no ultimo dia 25 de março, a revista destaca-se por diferenciar-se das demais que pertencem ao mainstream do mercado de publicações. Para seus críticos, é porta-voz dos esquerdóides mais rasteiros e não tem relevância. Discordo disso e me colocando entre os que admiram o trabalho da Caros Amigos - pelo menos o apresentado até agora.
Claro, é uma pena que a revista esteja enfrentando uam situação dessas. Mas essa história ainda precisa ser melhor esclarecida.
A saída conjunta e voluntária de dez funcionários em solidariedade ao secretário de redação, Thiago Domenici, demitido por telefone em 13 de junho - aliás, uma forma ridícula e covarde de se fazer isso, independente do motivo - é uma mostra de que algo realmente não andava bem na redação da revista.
Mylton Severiano, que assumiu a direção da revista com a morte de Sérgio de Souza, afirmou ao site Comunique-se que o motivo do problema é que Domenici se julgava o sucessor de Serjão na Caros Amigos, tendo como apoio a "ala jovem" da publicação. O motivo da saída de Domenici teria sido sua recusa em entrevistar a ministra Dilma Roussef, mandando uma repórter no lugar, sem comunicar a chefia.
Já o ex-secretário rebateu dizendo que não era possível mas dialogar na redação, "nem mesmo para discutir uma capa" e que Mylton, apesar de ser um grande editor, não consegue se relacionar com o rsto da redação.
Os outros dez demissionários afirmaram, segundo nota: "Nunca houve nenhum tipo de articulação e também nenhuma oposição ou tentativa de interferência ao processo de sucessão do editor. Em nenhum momento qualquer das pessoas que assinam essa carta duvidou que Mylton Severiano estivesse apto para assumir a direção da revista."
Levando em conta o que aconteceu, a versão de Mylton e o comunicado que os demitidos divulgaram, fico com os demissionários. E com a torcida de que a Caros Amigos mantenha o nível que a tornou respeitada no meio jornalístico - ao contrário do que pensam seus críticos.
Mas se ela realmente mudar - e para pior - , seus leitores e colaboradores fiéis vão perceber de pronto e provavelmente terão a mesma atitude dos demissionários. Com isso, perdem não só eles em espaço e fonte de informação, mas toda a imprensa brasileira.
terça-feira, 17 de junho de 2008
O buraco é mais embaixo
O que os militares tinham que entregar os jovens aos traficantes do morro vizinho? Desacato à autoridade não explica e tampouco justifica a atitude tomada pelos onze infelizes. Até parece que há algum tipo de conchavo entre militares e criminosos - o que ja não e novidade entre alguns agentes policiais e até mesmo, por que não, políticos? Para tais elementos, em nome do poder vale tudo.
Qual o real papel do Exército? Constitucionalmente, ele não tem competência para tarefas como as que desempenha hoje no morro da Providência, tocando um projeto assistencial - que há quem aponte inclusive como uma medida eleitoreira de um possível candidato à prefeitura do Rio, para não citar os nomes.
Para variar, não vai adiantar nada ficar dizendo que o que os militares fizeram é lamentavel, abominável e etc, etc e etc, ou dizer que o Exército tá em crise. O ponto a ser questionado está bem mais embaixo: que política de segurança pública deve ser implantada? A que existe hoje - se é que ela realmente exista - é uma piada, uma mostra de incompetência, má vontade e covardia de enfrentar o problema de frente.
O fato: é mais do que urgente que seja discutida uma política de segurança publica séria, onde cada um tenha o seu papel de atuação muito bem definido e, sobretudo, que sejam criadas as condições necessárias para a implantação desse plano - financeira, psicológica, de inteligência, sociais, comunitárias, de respeito aos Direitos Humanos, de equipamentos, etc. Se o Exército teria ou não participação nessa política é algo a ser bem discutido. Uma política ampla, que atenda a todo o Brasil e não somente o eixo Rio-São Paulo - há outros locais do Brasil que sofrem com a violência: capitais como Recife e Vitória e as pequenas cidades da Amazônia que sofrem com outros tipos de criminosos que impõem seu poder paralelo.
Os locais são diferentes. Mas a sensação dos que vivem nessas áreas e sofrem com a repressão de uns e o descaso e omissão de outros é a mesma: medo. E uma crença cada vez menor em uma solução.
O que não dá
domingo, 15 de junho de 2008
Ditadura brasileira fez escola pelo mundo
A lista segue com outros militares de paises da América do Sul, que participaram de ações de repressão a grupos guerrilheiros contrários aos regimes vigentes, como Chile e Peru. Assinantes da Folha de S.Paulo e do UOL podem ter acesso ao texto completo e os demais que complementam a matéria acessando o link abaixo:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1506200812.htm
É, a ditadura brasileira e suas violações contra os Direitos Humanos fizeram escola pelo mundo...
No mesmo jornal, já no caderno Cotidiano da Folha, uma pequena nota tratou da morte do cadete Maurício da Silva Dias, de 19 anos, que morreu após passar mal em um treinamento militar da Academia Militar das Agulhas Negras (Amam), no sul do estado do Rio de Janeiro. Para assinantes, o link para a nota segue abaixo:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1506200821.htm
Durante a semana, a Amam foi alvo de críticas quanto às técnicas de treinamento que levaram ainda outros dois cadetes a serem hospitalizados e que atualmente estão sob observação.
É, ainda há um longo caminho para o Brasil - como sociedade, e para as instituições incumbidas de defendê-la - superar os efeitos e se limpar dos resquícios da ditadura militar que, ao contrário dos que defendem o período, pouco contribuiu para o desenvolvimento do país, tanto econômica como políticamente. E menos ainda para preservação dos direitos de cada cidadão, especialmente daqueles que tiveram a coragem de se posicionar frontalemente contra os abusos da ditadura militar.
terça-feira, 10 de junho de 2008
Faroeste amazônico (ou por que não "Faronorte"?)
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL19212-5598,00.html
A Amzônia hoje é, com o perdão do trocadilho, uma espécie de Faroeste sem glamour - ao contrário dos Estados Unidos, que romantizaram através do cinema e de séries de TV a matança contra índios e mexicanos que sustentou a expansão do território estadunidense rumo ao Oeste.
Poderes locais aproveitam a ausência do Estado para se impor e passam por cima daqueles que os afrontam. São eles posseiros, madeireiras, contrabandistas, aliciadores de menores e de mão-de-obra escrava são alguns dos "gêneros" que atuam nas terras sem lei ao norte do país. Irmã Dorothy Stang, morta em 2005, é um exemplo cabal - mas talvez só tenha obtido a repercussão que teve por tratar-se de uma cidadã estrangeira (dos Estados Unidos) morrendo em solo brasileiro. O mandante da morte da freira foi absolivdo em 6 de maio - o que mostra mais uma vez a falta de voz dos poderes legais na região - e a força do poder paralelo.
Enquanto isso, a Amazônia é ceifada e seus habitantes - o lado mais fraco da corda - sofrem nas mãos dos xerifes às avessas que tomam conta dos grandes pedaços de terra onde o Estado não se faz presente, não importa qual motivo. Em reportagem publicada no Globo Online (link abaixo), o bispo da Diocese da Ilha de Marajó (PA), dom José Luiz Azcona, afirmou que 300 pessoas estão marcadas para a morte no interior do Pará - ele próprio é um dos quatro religiosos ameaçados, junto com os bispos Flávio Giovanele e Erwin Krautler, além do padre José Amaro Lopes de Souza. Dos 300, cerca de 100 estão sob proteção do governo federal.
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/05/06/bispo_denuncia_que_ha_300_pessoas_marcadas_para_morrer_no_para-427240969.asp
Uma das falas de Azcona na matéria é bastante esclarecedora, tanto para o poder público quanto para a mídia, e indica um caminho para que se comece a entender de fato o que se passa na Amazônia e o que deve ser feito para acabar com o poder paralelo lá existente e proteger seus habitantes: "Tem que ter uma mudança de mentalidade, uma convesão. (É preciso) Olhar para a Amazônia como a Amazônia é, não com os olhos de Brasília."
Complementando o pensamento do bispo, nem com os olhos de Brasília, nem com os de São Paulo, Rio de Janeiro....
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Apartheid social made in Brazil
sábado, 31 de maio de 2008
Equipe de jornal do RJ é seqüestrada e torturada
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u407508.shtml
No dia seguinte, o secretário de segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, confirmou a participação de policiais militares entre os torturadores, conforme a matéria cujo link segue abaixo. A favela onde os jornalistas investigavam denúncias e controlada por milícias, que são formadas em grande parte por policiais civis e militares.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/2008/06/01/ult23u2449.jhtm
Infelizmente, esta e uma situação a qual todos aqueles que lidam com a violência urbana estão sujeitos, sejam eles jornalistas ou não. Não dá para neste momento ter uma postura corportativista e só de indignar porque são jornalistas. Não deve ser exagero nenhum imaginar quantos outros já teriam sido torturados - e que alguns talvez tenham tido a mesma "sorte" que Tim Lopes, jornalista torturado e morto enquanto investigava uma denúncia de exploração de menores em um balie funk promovido por traficantes em uma favela do Rio em 2002. Alias, em 02/06 o crime completa seis anos.
O que deve ser feito é cobrar e lutar por uma nova metalidade que rompa o círculo vicioso criado pelas máximas de "só se combate violência botando a polícia na rua e os bandidos na cadeia". Os policiais não têm, na real, boas condições materiais e psicológicas para atuar em defesa da sociedade, mas também ofendê-los chamando-os de "coxinhas" e "passa-fome" não ajuda em nada. Como um policial defende uma sociedade se um não confia no outro? Os que têm a "mente mais fraca"acabam como bandidos, formando as milícias que torturaram os jornalistas no Rio.
Nem os bandidos têm um tratamento de correção e reintegração decente. São todos tratados da mesma forma, independente do delito cometido, o que segrega ainda mais os indivíduos que por n motivos acabaram no mundo do crime, sem dar a eles uma segunda chance. Logo, as cadeias viram verdadeiras faculdades de graduação e pós no crime organizado - muito bem organizado, por sinal.
Quando a sociedade deixar de ser hipócrita e resolver reciclar o "lixo" que ela própria produz com sua arrogância e individualismo, daí ela entrará em um caminho que a levará a uma reslução mais saudável desse problema. Enquanto isso, se ela não quiser se dar a este trabalho, ainda pode-se esconder atrás dos muros de suas casas. Aliás, quem é que realmente está em uma prisão??
"Estamos em guerra", dizem os mais apressados. Até parece que atis pessoas realmente desejam que isso aconteça, seja na real ou ao menos no imaginário das pessoas.
Infelizmente todos acabam pagando pela omissão do poder público e pela manutenção de uma mentalidade que apenas reforça estereótipos.
Que conclusões podem ser tiradas de mais esse ataque
Aí temos mais uma prova do círculo vicioso criado pela omissão do poder publico, associada a medidas imediatistas e senso comum.
Tortura, milicias, ausência do Estado... poderia ficar aqui horas enumerando coisas para identificar